Julho fechou com sete mortes em acidentes de trânsito ao longo dos 780 quilômetros da BR-262, rodovia que corta Mato Grosso do Sul de leste a oeste, ligando Três Lagoas a Corumbá. É o número mais alto para um único mês desde janeiro do ano passado e revela uma tendência na rodovia nos últimos anos, resultado do aumento do tráfego, principalmente, de caminhões que transportam minério e toras de eucaliptos.
Nos sete primeiros meses de 2020 e 2021 a Polícia Rodoviária Federal registrou 18 e 16 mortes, respectivamente, na BR-262. No mesmo período do ano passado, 31 pessoas morreram vítimas de acidentes neste trecho. Agora, em 2023, já são 23 mortes.
Mas, apesar da queda no número de mortes nos primeiros sete meses deste ano, o total de acidentes e o de pessoas com ferimentos graves segue uma linha praticamente contínua de aumentos.
Nos sete primeiros meses de 2020 foram 144 acidentes e 30 vítimas com ferimentos graves. No ano seguinte, os números subiram para 164 registros e 40 pessoas feridas com gravidade. Em 2022, 52 pessoas sofreram ferimentos considerados graves em 156 acidentes nos primeiros sete meses. Agora, em 2023, foram 217 ocorrências e 63 pessoas com ferimentos considerados graves pela PRF.
Na comparação com 2020, o número de acidentes neste ano aumentou em 50% nos primeiros sete meses deste ano, passando de 144 para 217. A quantidade de pessoas feridas teve um salto de 110%, saindo de 30 para 63.
O aumento coincide com a disparada no número de carretas transportando minério de ferro procedente de Corumbá e de carretas levando toras de eucalipto para as fábricas de Três Lagoas e para São Paulo. Além disso, conforme a PRF, a construção da fábrica de celulose em Ribas do Rio Pardo tem gerado aumento significativo no tráfego da rodovia.
No dia 26 de junho, por exemplo, duas mulheres que haviam levado marmitas de Campo Grande para entregar a trabalhadores que prestam serviço à Suzano em Ribas do Rio Pardo morreram vítimas de colisão frontal com um caminhão boiadeiro
Conforme dados do Ibama, a quantidade de carretas com minério de ferro saltou da casa de 300 para 800 viagens por dia nos últimos dois anos entre Corumbá e Campo Grande.
Depois de passar pela Capital, parte delas segue rumo a São Paulo pela MS-040 ou pela BR-163. A maior parte, porém, continua pela 262 rumo a Ribas do Rio Pardo e aos estados de Minas Gerais e São Paulo.
No dia 11 de julho, uma tora de eucalipto caiu de uma carreta, atingiu um vaminhão que seguia no sentido contrário e matou o condutor – arquivo
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