A Arauco formalizou junto à Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) o pedido para a construção de um ramal ferroviário de 46 quilômetros que ligará sua unidade fabril, localizada em Inocência (MS), à linha férrea Ferronorte. A empresa chilena planeja investir cerca de R$ 800 milhões no projeto, com a previsão de exploração da ferrovia por 99 anos, conforme publicação no Diário Oficial da União do dia 2 de janeiro.
O pedido da Arauco é o mais recente de um conjunto de iniciativas semelhantes por parte de empresas do setor de celulose em Mato Grosso do Sul, que buscam soluções para o escoamento da produção. Embora algumas solicitações tenham recebido autorização para a construção, os projetos ainda não avançaram.
Entre as empresas que já formalizaram pedidos estão a Eldorado Celulose, que em 2021 solicitou a construção de uma ferrovia entre Três Lagoas (MS) e Aparecida do Taboado (MS), e a Suzano, que em 2022 pediu autorização para uma linha ferroviária de 111,7 km até Aparecida do Taboado (MS).
A ANTT, no entanto, indicou que apenas uma autorização será concedida, o que poderá levar à necessidade de compartilhamento de ramais entre as empresas. A Suzano também pediu autorização para a construção de um ramal de 24,28 km em Três Lagoas (MS).
O processo de autorização do ramal iniciou em outubro de 2024 e está em fase de análise pela ANTT. De acordo com o superintendente substituto da Superintendência de Transportes Ferroviários (Sufer) da ANTT, Jean Mafra dos Reis, o requerimento da Arauco está sendo avaliado pela Coordenação de Autorizações Ferroviárias (Coauf).
PROJETO SUCURIÚ
A fábrica de celulose da Arauco, chamada de Projeto Sucuriú, já havia anunciado planos para expansão de sua capacidade produtiva, e deverá se tornar a maior planta de celulose do mundo, com uma produção anual de 3,5 milhões de toneladas de fibra de eucalipto.
Jaime Verruck, titular da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), destacou a importância dos ramais ferroviários para o escoamento da produção no Vale da Celulose, região estratégica para o setor florestal e industrial. No entanto, ressaltou que os projetos ferroviários enfrentaram estagnação em 2024, após a obtenção de algumas licenças.