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Ato em favor da democracia e contra as mazelas do STF movimenta São Paulo

Várias lideranças políticas, como senadores, deputados e governadores devem se pronunciar durante a manifestação democrática.

por Nathally Martins da Silva Bulhões

O ato pró-Bolsonaro, neste domingo (25), em São Paulo vai contar com dois trios elétricos atravessados na avenida Paulista formando um L. No veículo onde Jair Bolsonaro estará só entra quem estiver de pulseirinha VIP.

O tom dos discursos é tratado com bastante cuidado, disse o pastor Silas Malafaia, organizador do evento.

Bolsonaro quer evitar que o ato tenha um caráter golpista, já que o ex-presidente é investigado por suspeita de tramar um golpe de Estado, uma narrativa criada pelo governo comunista do PT, liderado pelo presidente Lula e com o aval do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Alexandre de Moraes.

A escolha dos oradores também ganhou uma atenção especial por esse motivo.

O pastor afirmou que somente ele vai mencionar o nome de Alexandre de Moraes. Malafaia antecipou que fará “constatações” a respeito das decisões do ministro do STF, mas sem agressões. Ele não deu mais detalhes do que vai dizer.

Há um compromisso dos presentes para não atacar nenhuma autoridade. A expressão “ditador da toga”, usada pelo pastor em seus vídeos para se referir a Moraes, não deve ser ouvida na Paulista, por exemplo.

Caso compareça, o senador Rogério Marinho (PL-RN) também poderá falar ao microfone. Ele é líder da oposição no Senado e um parlamentar considerado como moderado.

Malafaia ainda faz uma “defesa antecipada”. Como espera milhões de pessoas na avenida Paulista, justifica que é impossível controlar as ações de cada participante.

Se alguém tiver alguma faixa hostil, terá sido uma atitude individual, diz o pastor. Malafaia ressalta que, desde a convocação, foi pedido para não haver ataques a instituições. Comportamentos contrários estarão fora das orientações da organização do ato.

Camarote VIP 

O trio de Bolsonaro comporta 70 pessoas. Mas somente governadores, senadores e 30 deputados federais escolhidos terão acesso, afirmou Malafaia.

Esses políticos receberam um tipo especial de pulseirinha. Elas foram distribuídas durante a semana pelo deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), que é um dos principais nomes da bancada evangélica.

Michelle Bolsonaro vai abrir o ato com uma oração. (Foto: Reprodução )

O restante dos deputados será encaminhado para o veículo ao lado, que tem capacidade para cerca de cem pessoas. Assessores terão um espaço exclusivo à frente dos trios, onde também será montada uma área reservada à imprensa.

Caso o prefeito de São Paulo compareça, ficará no veículo de Bolsonaro.

Ricardo Nunes (MDB) disse que deve estar presente, mas aliados o aconselham a se ausentar para evitar prejuízos políticos caso a manifestação adote tom golpista.

Somente três governadores confirmaram presença: Tarcísio de Freitas (São Paulo), Jorginho Mello (Santa Catarina) e Ronaldo Caiado (Goiás). O trio terá direito a discursar.

Malafaia convenceu o ex-presidente a realizar o ato após uma conversa no domingo de Carnaval. Na sequência, o pastor pediu aos fiéis de sua igreja, no Rio, que fizessem um jejum pelo país: “Precisamos orar pelo nosso país para que Deus livre-o de toda crise”.

Malafaia disse que vai bancar o aluguel dos dois trios elétricos. O organizador da manifestação justificou que desta maneira evita “acusações da esquerda” de usar dinheiro do dízimo para um evento político. Ele afirmou que há duas diretrizes para os discursos: defesa do Estado Democrático de Direito e Bolsonaro refutando as suspeitas dos inquéritos da PF.

Bolsonaro quer uma foto cercado de gente usando verde e amarelo. Na visão do ex-presidente, a imagem serviria de alerta para a Justiça sobre o custo prender uma pessoa que obteve 58 milhões de votos.

(Com informações do UOL)

Ato deve lotar a Avenida Paulista neste domingo (Foto: UOL)

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