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Avaliação de Lula cai 11 pontos em dois meses e resultado é o pior de seus mandatos

Visão negativa da população também é recorde, passando de 34% para 41% no período

por Nathally Martins da Silva Bulhões

A avaliação positiva do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) caiu 11 pontos percentuais, de 35% para 24%, nos últimos dois meses, segundo nova pesquisa Datafolha divulgada nesta sexta-feira.

O atual patamar de ótimo/bom, em meio ao início da segunda metade do terceiro mandato de Lula, é inédito para o petista em todas as gestões à frente do Palácio do Planalto.

A avaliação negativa de sua gestão (ruim ou péssima) também é recorde e subiu, no período, de 34% para 41%. Já o percentual da população que considera o governo regular variou de 29%, em dezembro, para 32% no levantamento mais recente.

O movimento de queda da percepção positiva do governo Lula foi puxado pelos segmentos que formam a base eleitoral do presidente, em especial a população com renda de até dois salários mínimos, fatia que representa a maior parte da população brasileira.

A mudança ocorre ainda após a crise envolvendo a taxação de transações superiores a R$ 5 mil por Pix, revogada pela Receita Federal diante da recepção negativa.

O Datafolha ouviu presencialmente com 2.007 eleitores de 16 anos ou mais em 10 e 11 de fevereiro. A margem de erro geral da pesquisa é de dois pontos percentuais.

No segmento com menor renda, a avaliação de que a gestão é ótima ou boa caiu de 44% para 29%. Já entre eleitores do Nordeste, tradicional reduto do petismo, o mesmo índice passou de 49% para 33%. Outra redução expressiva ocorreu entre os eleitores que declaram ter votado em Lula no segundo turno de 2022. A avaliação de que o governo é ótimo/bom caiu 20 pontos percentuais, chegando a 46%. Já a percepção negativa quase dobrou nesse grupo, de 7% para 13%. A parcela que avalia o governo como regular, porém, foi a que mais cresceu, passando de 27% para 40%.

Antes do patamar atual, o momento em que presidente Lula havia sido atingido o menor índice de ótimo e bom foi registrado em outubro e dezembro de 2005, no auge da crise do mensalão, no primeiro mandato, quando 28% consideravam sua gestão positiva. Já o maior índice de ruim e péssimo (34%) havia sido apontado na pesquisa Datafolha anterior, de dezembro de 2024.

Rival de Lula nas eleições de 2022, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tinha uma avaliação negativa semelhante à do petista na mesma altura do mandato, com 40% de ruim ou péssimo, em meio à crise da pandemia de Covid-19. Contudo, a avaliação positiva do ex-mandatário era maior, de 31%.

Queda em segmentos caros ao petismo

Além da queda de popularidade no Nordeste e entre àqueles com baixa renda, o Datafolha mostra uma erosão da percepção populacional sobre o governo Lula em outros segmentos caros ao petismo. Um exemplo é a parcela com escolaridade até o ensino fundamental, a queda na avaliação positiva foi de 15 pontos percentuais, passando de 53% para 38%.

Ainda assim, o único grupo em que Lula tem avaliação positiva superior à negativa é o da população menos escolarizada, com uma margem de dez pontos. O petista também ainda aparece com avaliação positiva numericamente à frente entre os nordestinos, com três pontos, valor dentro da margem de erro.

Já os grupos em que a avaliação negativa do governo aparece com mais força são as três faixas de renda acima dos 2 mínimos: de 2 até 5 e de 5 até 10 salários (33 pontos negativos em ambos) e acima de 10 (45 negativos). As margens de erro são respectivamente de 4, 8 e 12 pontos, para mais ou menos.

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