Avaliação de Lula cai 11 pontos em dois meses e resultado é o pior de seus mandatos

WASHINGTON, DC - FEBRUARY 10: Brazilian President Luiz Inácio Lula da Silva speaks to reporters outside the West Wing of the White House after a bilateral meeting with U.S. President Joe Biden on February 10, 2023 in Washington, DC. President Lula da Silva is visiting the United States for the first time since being elected as Brazil’s president. (Photo by Anna Moneymaker/Getty Images)

A avaliação positiva do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) caiu 11 pontos percentuais, de 35% para 24%, nos últimos dois meses, segundo nova pesquisa Datafolha divulgada nesta sexta-feira.

O atual patamar de ótimo/bom, em meio ao início da segunda metade do terceiro mandato de Lula, é inédito para o petista em todas as gestões à frente do Palácio do Planalto.

A avaliação negativa de sua gestão (ruim ou péssima) também é recorde e subiu, no período, de 34% para 41%. Já o percentual da população que considera o governo regular variou de 29%, em dezembro, para 32% no levantamento mais recente.

O movimento de queda da percepção positiva do governo Lula foi puxado pelos segmentos que formam a base eleitoral do presidente, em especial a população com renda de até dois salários mínimos, fatia que representa a maior parte da população brasileira.

A mudança ocorre ainda após a crise envolvendo a taxação de transações superiores a R$ 5 mil por Pix, revogada pela Receita Federal diante da recepção negativa.

O Datafolha ouviu presencialmente com 2.007 eleitores de 16 anos ou mais em 10 e 11 de fevereiro. A margem de erro geral da pesquisa é de dois pontos percentuais.

No segmento com menor renda, a avaliação de que a gestão é ótima ou boa caiu de 44% para 29%. Já entre eleitores do Nordeste, tradicional reduto do petismo, o mesmo índice passou de 49% para 33%. Outra redução expressiva ocorreu entre os eleitores que declaram ter votado em Lula no segundo turno de 2022. A avaliação de que o governo é ótimo/bom caiu 20 pontos percentuais, chegando a 46%. Já a percepção negativa quase dobrou nesse grupo, de 7% para 13%. A parcela que avalia o governo como regular, porém, foi a que mais cresceu, passando de 27% para 40%.

Antes do patamar atual, o momento em que presidente Lula havia sido atingido o menor índice de ótimo e bom foi registrado em outubro e dezembro de 2005, no auge da crise do mensalão, no primeiro mandato, quando 28% consideravam sua gestão positiva. Já o maior índice de ruim e péssimo (34%) havia sido apontado na pesquisa Datafolha anterior, de dezembro de 2024.

Rival de Lula nas eleições de 2022, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tinha uma avaliação negativa semelhante à do petista na mesma altura do mandato, com 40% de ruim ou péssimo, em meio à crise da pandemia de Covid-19. Contudo, a avaliação positiva do ex-mandatário era maior, de 31%.

Queda em segmentos caros ao petismo

Além da queda de popularidade no Nordeste e entre àqueles com baixa renda, o Datafolha mostra uma erosão da percepção populacional sobre o governo Lula em outros segmentos caros ao petismo. Um exemplo é a parcela com escolaridade até o ensino fundamental, a queda na avaliação positiva foi de 15 pontos percentuais, passando de 53% para 38%.

Ainda assim, o único grupo em que Lula tem avaliação positiva superior à negativa é o da população menos escolarizada, com uma margem de dez pontos. O petista também ainda aparece com avaliação positiva numericamente à frente entre os nordestinos, com três pontos, valor dentro da margem de erro.

Já os grupos em que a avaliação negativa do governo aparece com mais força são as três faixas de renda acima dos 2 mínimos: de 2 até 5 e de 5 até 10 salários (33 pontos negativos em ambos) e acima de 10 (45 negativos). As margens de erro são respectivamente de 4, 8 e 12 pontos, para mais ou menos.

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