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Os diretórios nacionais do PSDB e Podemos estão caminhando, a passos largos, para formalizar a fusão das duas siglas. A definição sobre futuro do PSDB é acompanhada de perto no Estado, onde o partido é a maior sigla, com governador, três deputados federais e 44 dos 79 prefeitos.
A maior parte da bancada de Mato Grosso do Sul não é muito favorável à federação com o Podemos, porque entende que o partido ficaria praticamente do mesmo tamanho. Com isso, é grande a possibilidade de uma debandada geral com a fusão, que permite troca de parlamentares sem perda de mandato.
Maiores lideranças do partido no Estado, Eduardo Riedel (PSDB) e Reinaldo Azambuja (PSDB) aguardam a definição para decidirem futuro, mas a expectativa é de novos capítulos após a fusão. Isso porque PSDB/Podemos pretendem fazer uma federação com o Republicanos após a fusão, onde discutiriam de igual para igual a divisão de comando estado por estado.
Em Mato Grosso do Sul, não há tantos problemas porque tanto o Podemos como o Republicanos já são aliados do PSDB. A indefinição maior seria para vereadores e deputados, que teriam apenas um mês, após fusão, para decidirem para onde vão, sem risco de perderem mandato.
Os deputados ainda podem adiar a troca e mudar apenas na janela partidária que abrirá no próximo ano. Já os vereadores só terão nova oportunidade no ano da reeleição, em 2028.
O PSDB tem seis deputados na Assembleia Legislativa e a maioria deve deixar o partido se a fusão for com o Podemos. Pedro Caravina (PSDB), que é próximo ao Podemos, é o único que pode continuar, mas se tiver o apoio de Riedel e Reinaldo.
É grande a possibilidade de o partido ficar com Caravina e se tornar uma opção para distribuição dos vários candidatos do grupo político. O mesmo deve ocorrer com PSD, que já convidou Riedel para comandar o partido, e o próprio Republicanos, por conta da proximidade do PSDB de MS com o diretório nacional do partido e com o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos). Neste caso, se ainda tiverem dúvida sobre futuro, Riedel e Reinaldo devem orientar aliados a continuarem no partido ou se mudarem para PSD e Republicanos, que também devem acompanha-los na próxima eleição.
Riedel, inclusive, se reuniu com Tarcísio antes do último encontro com o diretório nacional, justamente para discutir o futuro da sigla. Na ocasião, perguntou a Tarcísio sobre futuro e recebeu a garantia de que ele não deixará a sigla. Depois, na reunião com o PSDB, Riedel defendeu uma união com Republicanos, mas a fusão foi descartada.
Parte do grupo ainda pode escolher o Partido Liberal (PL), mas para deputados a situação deve ser um pouco mais complicada. Deputados do partido estão de olho na possível vinda de Reinaldo Azambuja, prometida a Bolsonaro. Muitos não querem a filiação porque têm restrições ao próprio Reinaldo. Outra parte não quer mais concorrentes porque temem perder a vaga em uma chapa muito pesada.
O deputado Zé Teixeira (PSDB) demonstrou interesse em se filiar ao PL, mas é visto pelos deputados do partido como um forte concorrente, que certamente tiraria a vaga de um dos três hoje filiados: Neno Razuk, Coronel David e João Henrique Catan. Na última eleição, Zé Teixeira foi o quinto mais votado, com 39.329 votos. O mais votado do PL, Coronel David, teve 31.480 votos, seguido por João Henrique, 25.914, e Neno Razuk, 17.023.
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