Com a missão de fortalecer o Partido Liberal (PL) em Mato Grosso do Sul, o deputado federal Marcos Pollon vai assumir o comando da sigla nos próximos dias no lugar do também deputado federal Rodolfo Nogueira.
De acordo com fontes ouvidas pelo Correio do Estado, a troca de comando do principal partido da direita sul-mato-grossense seria determinação do ex-presidente da República Jair Bolsonaro, que teria batido o martelo sobre a mudança em Mato Grosso do Sul com o presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto.
A formalização da substituição na presidência da executiva estadual da legenda deve ser feita até o fim deste mês, em Brasília (DF), e o atual responsável pela sigla já teria sido informado por Valdemar da Costa Neto e entende que o nome de Marcos Pollon seria o mais indicado para o fortalecimento da direita no Estado.
A reportagem apurou que a troca de comando do PL em Mato Grosso do Sul já estava sendo costurada desde o início do mês passado, quando o ex-presidente Jair Bolsonaro chegou a referendar o nome de Marcos Pollon para concorrer à Prefeitura Municipal de Campo Grande no próximo ano como único representante da direita.
Na época, Bolsonaro disse que, diferentemente das eleições gerais do ano passado, quando dividiu o seu apoio entre as candidaturas do ex-deputado estadual Capitão Contar (PRTB) e do agora governador Eduardo Riedel (PSDB), nas eleições municipais de 2024 só apoiará candidatos do PL.
Na prática, Bolsonaro disse que, se o PL lançar Pollon como candidato a prefeito de Campo Grande, só subirá no palanque do candidato do seu partido. Ou seja, a senadora Tereza Cristina (PP-MS) não poderá contar com o apoio do ex-presidente na provável candidatura à reeleição da prefeita Adriane Lopes, bem como Riedel também não poderá esperar o apoio de Bolsonaro para a candidatura do deputado federal Beto Pereira (PSDB-MS).
Além de lançar candidatura própria nos principais municípios de Mato Grosso do Sul, com Marcos Pollon à frente do PL, a intenção do partido é consolidar a direita no Estado e buscar a união de todos os seus expoentes.
É do entendimento de Jair Bolsonaro e de Valdemar da Costa Neto que o PL precisa se fortalecer em Mato Grosso do Sul para o embate de 2026, quando o partido pretende lançar o ex-presidente para disputar a Presidência da República novamente.
Procurado pela reportagem, o deputado federal Marcos Pollon não retornou até o fechamento desta matéria, e o espaço continua aberto para que o parlamentar possa se pronunciar.
CUMPRIR O MANDATO
Já o deputado federal Rodolfo Nogueira (PL-MS) disse ao Correio do Estado, por meio de sua assessoria de imprensa, que não pretende mais disputar a eleição para a prefeitura municipal de Dourados, entretanto, pretende trabalhar para formar uma chapa forte de vereadores para as eleições municipais do próximo ano.
Segundo o parlamentar, seu objetivo agora é cumprir o mandato de deputado federal, para o qual foi eleito no ano passado e pelo qual tem de mostrar trabalho para os seus eleitores em Mato Grosso do Sul, principalmente na região da Grande Dourados.
Ele ainda acrescentou que deve ajudar o partido na escolha de um nome forte para disputar a prefeitura municipal de Dourados em 2024, porém, seu foco será concluir o mandato parlamentar, fazendo um bom trabalho que possa lhe credenciar a buscar a reeleição em 2026.
SAIBA
Com 103.111 votos, Marcos Pollon (PL) foi o deputado federal mais votado por Mato Grosso
do Sul nas eleições gerais do ano passado. Com 41 anos de idade, ele é natural de Dourados (MS), segunda maior cidade do Estado. Advogado por formação, Pollon é amigo íntimo da família do ex-presidente da República Jair Messias Bolsonaro e levanta várias bandeiras correlacionadas ao bolsonarismo. Tem especialização em Direito voltado para a área do agronegócio. Em 2003, também foi professor na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS).
Por DANIEL PEDRA
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