Salta, bate e tenta de novo. O Brasil precisou repetir o roteiro de tantas outras vezes neste domingo em Tóquio. No eterno jogo de paciência contra o Japão, a seleção foi ao limite para adiantar o tempo. Ao se impor na casa das rivais, o time de José Roberto Guimarães garantiu seu lugar nas Olimpíadas de Paris no ano que vem. Em 3 sets a 2, parciais 25/21, 22/25, 27/25, 15/25 e 15/10, a seleção ficou com a segunda vaga no Pré-Olímpico – a Turquia já havia garantido a sua.
Capitã da seleção, Gabi foi o principal destaque da vitória do Brasil. Ela foi a maior pontuadora da partida, com 23 pontos marcados. Julia Bergmann foi a segundo maior pontuadora do time, com 15 pontos.
Diante de um rival tão complicado, foi um início quase perfeito. Firme no bloqueio e na defesa, o Brasil se mostrou eficiente no ataque. Julia Bergmann, com três ataques em sequência, fez o o Brasil abrir 6/2. O técnico Masayochi Manabe, então, pediu tempo. O Japão foi buscar. No ace de Koga, o empate em 6/6. Mas a seleção não desanimou. Por um tempo, conseguiu voltar à dianteira. Mas Yamada, mais uma vez no saque, deixou tudo igual: 12/12.
Um ataque de Koga fez o Japão assumir a dianteira pela primeira vez. Só que o Brasil estava muito atento. Mais à frente, depois de Roberta colocar em jogo uma bola que parecia perdida, Julia Bergmann marcou 16/14 no bloqueio. A seleção abriu, e Zé tentou a inversão, com Kisy e Naiane em quadra. Não funcionou. Um vacilo geral deixou que o saque de Seki parasse direto na quadra brasileira com 20/18 no placar. O técnico, então, pediu o primeiro tempo e desfez a inversão logo depois. As japonesas chegaram a empatar, mas o Brasil fechou o set na pancada de Julia Bergmann: 25/21.
O ataque de Julia Bergmann para fora abriu a conta no segundo set. Não foi o melhor sinal. O Brasil voltou à quadra desatento e viu o Japão abrir 5/1 depois de uma sequência de erros. Zé, então, parou o jogo. Diana ficou no bloqueio na volta e acabou deixando a quadra para a entrada de Carol. Pouco mudou, porém. As donas da casa abriram 8/1, e Zé Roberto mudou mais uma vez ao colocar Maiara no lugar de Julia.
O Brasil tentou reagir e diminuiu a diferença. Mas por pouco tempo. No ace de Inoue, as rivais marcaram 14/8. Zé, então, voltou com Julia no lugar de Maiara, que errara a recepção no ponto anterior. O técnico parou o jogo mais uma vez com o placar em 17/10. Quando parecia impossível, o Brasil voltou à briga. Com dois pontos de Gabi, diminuiu para 19/15 e viu Manabe pedir tempo. Não funcionou. Mais dois pontos, e um novo pedido de tempo. Gabi, com um ataque perfeito, colocou a seleção a um ponto do empate: 19/18.
Gabi, mais uma vez, deixou tudo igual em 20/20. A capitã havia chamado mesmo a responsabilidade. A ponto de o animador afirmar: “Imparável”. Mas a reação parou por ali. O Japão conseguiu desgrudar no fim e fechou set com um ace de Yamada.
Rosamaria parou o ataque de Koga no bloqueio e soltou o grito. Carol repetiu o roteiro e abriu 2 a 0 na volta à quadra. O Japão foi buscar e deixou tudo igual em 5/5 com um bloqueio de Ishikawa. A virada pouco depois, com a própria Ishikawa. Não era um jogo simples. O Japão, impulsionado por uma torcida que não parava de gritar, se manteve à frente.
A seleção chegou ao empate já na reta final, com Julia Bergmann: 18/18. A seleção teve a chance de virar um pouco mais à frente, mas Nyeme deixou o ataque de Hayashi passar depois de um longo rali. No erro de recepção de Julia Bergmann no saque de Yamada, o Japão abriu 23/21, e Zé Roberto pediu o tempo.
O Brasil, mais uma vez, voltou à briga. Gabi salvou dois set points em sequência e deixou tudo igual: 24/24. Um ace de Rosamaria deu à seleção a chance de fechar. E o time não desperdiçou. Julia Bergmann, com um ataque no limite, marcou 27/25.
Gabi abriu a conta na volta à quadra. Mas o Japão não queria desistir assim tão facilmente. As donas da casa viraram e marcaram 4/1. Quando o placar saltou para 6/2, Zé Roberto pediu tempo. A vantagem, porém, aumentou e subiu para 11/4 no bloqueio de Yamada sobre Gabi. Naiane e Tainara foram à quadra na inversão. Com três pontos em sequência, o Brasil tentou voltar à briga. Mas não era uma missão das mais simples.
O Japão voltou a disparar e marcou 15/9. Zé, então, pediu mais um tempo. A seleção até tentou voltar à briga, mas acumulou uma série de erros. Julia, então, deu lugar a Pri Daroit, mas a diferença era muito grande àquela altura: 22/13. No fim, Ishikawa fechou o set em 25/15 e forçou o tie-break.
O Brasil começou firme ao abrir 3 a 0 no tie-break. A torcida do Japão fazia o possível para mandar seu time à briga. Na pressão, conseguiu diminuir a diferença para 5/4. O Brasil voltou a abrir, mas o Japão foi buscar mais uma vez ao empatar em 10/10. Só que Pri Daroit fez o ginásio se calar ao marcar 13/10 em um ace. Já não havia mais espaço para reviravolta. No fim, vitória por 15/10 e vaga garantida nos Jogos de Paris.
(Com ge)
Brasil e Japão se enfrentam pelo Pré-Olímpico feminino de vôlei (Foto: FIVB)
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