Com Felipão e Hulk expulsos, o Atlético-MG vacila e cede empate ao América-MG

Atlético-MG e América-MG protagonizaram um belo clássico mineiro, neste domingo à tarde, no Mineirão, diante de 34 mil torcedores, pela 13ª rodada do Campeonato Brasileiro. O Atlético teve um início avassalador, abrindo dois gols de vantagem diante de um rival que jamais desistiu de lutar. O América voltou melhor no segundo tempo, empatou com dois gols de Gonzalo Mastriani e ainda teve as melhores chances para chegar à vitória

Por reclamação, o técnico Luiz Felipe Scolari foi expulso no final do primeiro tempo. Hulk, também por reclamação, acabou expulso após o término do jogo. Esta foi a quarta partida de Felipão no comando do Atlético-MG, ainda sem vencer. Com 20 pontos, o time está longe do bloco de frente, ocupando a 10ª posição. O América-MG vive uma situação incomum. Tem mostrado bom futebol, avançou às oitavas de final da Copa Sul-Americana, mas continua dentro da zona de rebaixamento no Brasileirão, com apenas nove pontos em 13 jogos.

O clima de clássico aumentou com o início alucinante do Atlético-MG. No primeiro ataque, Zaracho, do lado direito, cruzou para trás e Pavón chutou, exigindo a boa defesa de Mateus Pasinato. Na segunda descida, Hulk lançou Pavón pela esquerda e ele levantou do outro lado. Zaracho bateu sem deixar a bola cair e o chute saiu mascado, quicou de novo no gramado e subiu dificultando a defesa de Pasinato. Atlético na frente: 1 a 0, no primeiro minuto.

Obrigado a sair para o jogo, o América-MG abriu espaços na marcação e o jogo ficou movimentado. Hulk se movimentava bastante, mas quase ampliou de falta, aos 19. Ele chutou forte do lado da barreira e Pasinato espalmou. Aos 27, a defesa do América deu de presente o segundo gol para o Atlético. Marcinho tentou recuar para Eder, mas deu a bola nos pés de Hulk. O atacante saiu em disparada, entrou na área, passou por Pasinato e tocou com o pé direito para as redes. Seu 50º gol no “novo” Mineirão.

Mas o América-MG deu trabalho no ataque, como aos 33, quando Danilo Avelar apareceu atrás da defesa e chutou em cima de Everson, que fechou bem o ângulo. No rebote, o próprio Avelar bateu por cima do travessão. Aos 40, após escanteio, Iago Maidana subiu e testou de cabeça, mas Everson se agachou e deu um tapa na bola quase em cima da linha. No rebote na pequena área, Danilo Avelar chutou de frente e Mauricio Lemos salvou quase em cima da linha.

O valente América-MG, um pouco antes disso, tinha perdido o centroavante Aloísio, machucado. Foi substituído por Mastriani. Nos acréscimos, o Atlético ficou sem o técnico Felipão, expulsão após reclamar pela alta de cartões amarelos. Ele recebeu o primeiro amarelo, seguiu reclamando e depois levou o vermelho.

O Atlético voltou para o segundo tempo com o auxiliar Carlos Pracidelli na beira do campo para comandar o time, enquanto Felipão foi acomodado num camarote do estádio. O técnico Vagner Mancini fez uma alteração estratégica, tirando o lateral-direito Marcinho, que falhou no gol, para a entrada de Marlon, instruído a priorizar a marcação, sem apoiar, com isso permitindo que do outro lado, o lateral-esquerdo Danilo Avelar pudesse ter liberdade para atacar.

O América-MG voltou com “fome de gol” e passou a acuar o rival em seu campo defensivo. A pressão resultou no primeiro gol, que saiu aos 12 minutos, quando Avelar, do lado esquerdo, cruzou na medida para a cabeçada de Mastriani. A bola saiu forte, tocou no travessão e caiu dentro do gol: 2 a 1.

Animado pelo gol, o América-MG se manteve no ataque e teve duas chances para empatar. Aos 16 minutos, o zagueiro Iago Maidana apareceu na marca do pênalti e chutou para fora. Três minutos depois, Emmanoel Martinez entrou na área em velocidade pelo lado direito e chutou cruzado, tirando tinta da trave. Everson saltou, mas não tocou na bola.

O Atlético-MG aceitou o domínio adversário e pagou com o gol de empate, que saiu aos 26 minutos, numa bela jogada americana que começou pelo lado esquerdo. Lucas Kal evitou a saída de bola e levantou do outro lado, onde Benítez, com categoria, matou a bola no peito e chutou rasteiro. Mastriani apareceu na pequena área e desviou de letra, emudecendo a torcida atleticana nas arquibancadas.

A dupla Felipão e Pracidelli demorou para tentar equilibrar as ações, promovendo duas alterações somente aos 30 minutos.Alan Kardec e Vargas entraram, respectivamente, nos lugares de Igor Gomes e Pavón. Mas aos 32 minutos, quase que acontece a virada. Após levantamento de Danilo Avelar, Mastriani esticou e bateu de chapa com o pé esquerdo. A bola tinha endereço certo, porém, Everson saltou e deu um tapa para espalmar a escanteio.

Apesar das mudanças, o Atlético-MG não melhorou e foi o América-MG quem quase teve a chance de marcar o gol da vitória aos 48 minutos. Benítez cruzou da esquerda e Mastrini cabeceou do lado da trave esquerda de Everson, assustando a torcida. Ao final do jogo, a resposta dos torcedores veio em muitas vaias.

No meio-campo, Hulk, como capitão, foi reclamar com o árbitro Wilton Pereira Sampaio. O jogador, ironicamente, pediu a um cinegrafista para filmar o juiz que, de imediato, levantou o segundo cartão amarelo ao atleticano. Expulso, Hulk ainda aplaudiu o trio de arbitragem, deixou o campo visivelmente nervoso e soltando palavrões.

FICHA TÉCNICA:

ATLÉTICO-MG 2 X 2 AMÉRICA-MG

ATLÉTICO-MG – Everson; Mariano, Jemerson, Mauricio lemos e Guilherme Arana; Battaglia, Edenilson, Zaracho (Patrick) e Igor Gomes (Alan Kardec); Pavón (Vargas) e Hulk. Técnico: Luiz Felipe Scolari.

AMÉRICA-MG – Mateus Pasinato; Marcinho (Marlon), Éder, Iago Maidana e Danilo Avelar; Lucas Kal (Wanderson), Juninho e Breno (Benitez) e Emmanuel Matínez; Aloísio (Mastriani) e Felipe Azevedo (Rodrigo Varanda). Técnico: Vagner Mancini.

GOLS – Zaracho, a 1, e Hulk, aos 27 minutos do primeiro tempo. Mastriani, aos 12 e aos 26 minutos do segundo tempo.

CARTÕES AMARELOS – Alan Kardec (Atlético-MG); Benítez e Aloísio (América-MG).

CARTÕES VERMELHOS – Felipão e Hulk (Atlético-MG).

ÁRBITRO – Wilton Pereira Sampaio (FIFA/GO).

RENDA – R$ 1.525.007,80.

PÚBLICO – 34.507 torcedores.

LOCAL – Estádio Mineirão, em Belo Horizonte (MG).

 

Agência Estado

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