Com salto nos preços, celulose se torna destaque nas exportações em Mato Grosso do Sul em 2024

As exportações de celulose em Mato Grosso do Sul cresceram 11,4% em volume e impressionantes 60,8% em faturamento nos primeiros dez meses de 2024, na comparação com o mesmo período de 2023. A valorização do preço médio da celulose, que saltou de US$ 354,9 para US$ 570,9 por tonelada, explica o aumento significativo na receita, de acordo com dados da Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semadesc).

Apesar da alta nos preços, o volume exportado pelo estado recuou 3,7%, reflexo de um desempenho menor em outros segmentos. No entanto, a ativação da fábrica da Suzano em Ribas do Rio Pardo (MS), parte do Projeto Cerrado, ajudou a compensar. A unidade iniciou suas operações em julho e contribuiu para que as exportações estaduais de celulose alcançassem 3,716 milhões de toneladas, contra 3,333 milhões no ano passado.

O faturamento das gigantes do setor, Suzano e Eldorado, subiu de US$ 1,183 bilhão para US$ 2,121 bilhões no período, impulsionado também pela alta de 11% na cotação do dólar.

Com o início da produção na fábrica de Ribas do Rio Pardo (MS), o município tornou-se o sexto maior exportador de Mato Grosso do Sul. As exportações locais saltaram de 97,8 mil toneladas nos primeiros dez meses de 2023 para 431 mil toneladas em 2024, um aumento de 423%. Desde sua inauguração em julho, a unidade da Suzano tem produzido, em média, 90 mil toneladas de celulose por mês.

Hoje, a celulose já representa 24,4% do total das exportações do estado, destacando-se em um cenário de retração nos demais segmentos.

QUEDAS EM DEMAIS SETORES

Apesar do desempenho positivo da celulose, as exportações gerais de Mato Grosso do Sul caíram 3,7%, passando de US$ 9,009 bilhões para US$ 8,680 bilhões. A principal razão foi a estiagem, que afetou a produção de soja e o transporte de minérios pelo Rio Paraguai.

A exportação de minérios recuou de 5,84 milhões para 3,14 milhões de toneladas, com o faturamento caindo de US$ 313 milhões para US$ 220 milhões, uma queda de 29%. No caso da soja, o faturamento caiu 22%.

PROJEÇÕES PARA O FUTURO

O setor de celulose deve ganhar ainda mais relevância nos próximos anos. Além da fábrica da Suzano em Ribas do Rio Pardo (MS), que alcançará uma produção mensal de 200 mil toneladas, outras duas grandes indústrias estão em fase de planejamento e instalação.

A chilena Arauco está construindo uma unidade em Inocência (MS), com capacidade estimada em 300 mil toneladas por mês, prevista para entrar em operação no final de 2027, em um investimento de US$ 4,6 bilhões (R$ 25 bilhões). Já a Bracell planeja uma fábrica em Água Clara (MS), atualmente em fase de estudos de impacto ambiental, também com um investimento bilionário.

Além disso, há expectativa para a duplicação da capacidade de produção da Eldorado em Três Lagoas (MS), que atualmente produz 1,8 milhão de toneladas por ano.

Foto: Ana Paula Paiva

Portal Celulose

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