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Deputados querem liberar caça ao javali em Mato Grosso do Sul

Parlamentares alegam superpopulação da espécie no Estado, mas não apresentam um número sequer na justificativa do projeto

por Nathally Martins da Silva Bulhões

Projeto de Lei de autoria do deputado estadual João César Mattogrosso (PSDB) e com coautoria dos deputados estaduais Paulo Corrêa (PSDB), Márcio Fernandes (MDB), Coronel David (PL), Antônio Vaz (Republicanos) e Rafael Tavares (PRTB) que ampliar e liberar para um determinado grupo, a caça de javalis em Mato Grosso do Sul.

O justificativa dos parlamentares é de uma eventual superpopulação da espécie no Estado. Eventual, porque o projeto não apresenta nenhum número sequer, apenas uma citação de um instituto identificado como “Instituto Brasília Ambienta (Ibram)”, o qual indica que o “o crescimento descontrolado de javalis tem causado inúmeros prejuízos e danos às plantas nativas, fauna nativa, destrução de habitats e ninhos, assoreamento de rios”, dentre outros males.

Depois de pintar o javali como uma espécie de vilão do meio ambiente no Estado, os deputados também afirmam que o animal não integra um animal próprio da fauna sul-mato-grossense, que possui característica migratória. “Fato que impõe risco sanitário ao rebanho pecuário”.

O texto do projeto permite o exercício da caça de javalis no Estado, compreendido como “perseguição, captura e abate do animal”. O projeto ainda proíbe a comercialização da carne da caça. Os regramaentos serão regulamentados pelo Poder Executivo.

Em 2017, o biólogo da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Wagner Fischer, mapeou a população de javalis no Estado em sua tese de doutorado. Na época, ele defendeu o controla da população dos porcos de caraterísticas mais selvagens.

“Isso, porém, não significa que o javali não deva ser controlado ou impedido de atingir áreas críticas e sensíveis, ou até mesmo extinto em determinados locais que necessitem proteção ou em que as populações possam ser isoladas. É preciso estabelecer limites e restringir seus espaços o quanto antes”, conclui o pesquisador em entrevista ao site da UFMS.

 

EDUARDO MIRANDA

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