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Em reunião da Executiva nacional, PP lança Tereza Cristina ao Planalto para 2026

A senadora sul-mato-grossense foi aclamada como candidata do partido à sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva

por Nathally Martins da Silva Bulhões

Durante reunião da Executiva Nacional do PP, na noite de ontem (19), em Brasília (DF), dirigentes do partido reafirmaram a “independência” da sigla em relação ao governo Lula. Todos concordaram que o PP – integrante do núcleo duro do Centrão – precisa ter candidatura própria ao Palácio do Planalto, daqui a três anos.

Foi nesse momento que o nome de Tereza foi “lançado”. “Tereza, Tereza, Tereza”, gritaram os dirigentes. Embora deputados do PP tenham audiência nesta quarta-feira (20), com o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, não são poucos na bancada que definem a relação com o governo como sendo de “oposição responsável”.

O novo ministro do Esporte, André Fufuca – que entrou Esplanada na cota do PP, substituindo Ana Moser -, não estava na reunião da Executiva Nacional.

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), também não. Líder do Centrão, Lira faz parte da comitiva que acompanhou Lula na viagem a Nova York para participar da Assembleia-Geral da ONU.

O secretário-geral do PP, Aldo da Rosa, disse que, a partir de agora, encaminhará aos Estados a proposta de candidatura própria do partido ao Planalto. Apesar de integrar agora o governo Lula, o PP reafirmou no encontro sua “independência”. Lira negociou com Lula um acordo para que o partido assuma a presidência da Caixa, hoje ocupada por Rita Serrano.

O Centrão também exige “porteira fechada” no banco, para nomear as 12 vice-presidências da instituição. No jargão político, o termo “porteira fechada” é usado para indicar quando um partido ou bloco consegue nomear todos os cargos de uma estrutura.

Tereza foi ministra da Agricultura no governo de Jair Bolsonaro (PL), é coordenadora política da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) no Senado e representa a bancada do agro no Congresso.

No ano passado, chegou a ter o nome cogitado para vice na chapa de Bolsonaro à reeleição, mas ele preferiu fazer dobradinha com o general Braga Netto, que foi ministro da Casa Civil e da Defesa.

Em público, o senador Ciro Nogueira (PP-PI), presidente do partido, também defende o lançamento de um candidato da sigla para a sucessão de Lula, a quem faz ferrenha oposição nas redes sociais.

Aliados de Ciro dizem, porém, que suas articulações são para ele próprio ser vice de Tarcísio de Freitas (Republicanos), caso o governador de São Paulo concorra à Presidência, em 2026. Braço direito de Tarcísio, o secretário estadual da Casa Civil, Arthur Lima, se filiou ao PP, no mês passado, e é muito ligado a Ciro.

Ex-ministro da Infraestrutura sob Bolsonaro, Tarcísio tem procurado se descolar da imagem do padrinho político, investigado no escândalo das joias e no inquérito que apura a tentativa de golpe em 8 de janeiro. Há cerca de um mês e meio, o governador elogiou Tereza e disse ter saudade de trabalhar com ela.

Conheça a parlamentar

Ex-ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento do governo de Jair Bolsonaro, Tereza Cristina é senadora por Mato grosso do Sul. Engenheira-agrônoma, ela também foi deputada e presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), do qual é hoje uma das articuladoras junto ao Congresso.

Antes, também foi deputada federal, eleita pelo PSB. Depois, migrou para o DEM, que formou o União Brasil, até chegar ao PP para a disputa das eleições no ano passado.

Nos últimos dias, avançaram as articulações para a criação do Instituto Campos, uma think thank que reunirá expoentes do pensamento conservador que não compactuam com a extrema-direita de Bolsonaro mas querem marcar posição no debate nacional.

A presidente será justamente Tereza Cristina. No início do mês, ela foi aplaudida e aclamada como candidata também em um evento da Associação Comercial em São Paulo.

 

DANIEL PEDRA

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