Representantes de indústrias de Mato Grosso do Sul se reuniram, nesta segunda-feira (02/10), para debater soluções relativas ao uso de hidrogênio verde como alternativa limpa à geração de energia. O encontro foi realizado no ISI Biomassa (Instituto Senai de Inovação em Biomassa), em Três Lagoas, e contou também com pesquisadores da instituição, além de profissionais do Instituto Senai de Tecnologia em Energias, do Ceará.
De acordo com o vice-presidente regional da Fiems, Luiz Cláudio Sabedotti Fornari, a Federação tem a oportunidade de utilizar sua representatividade para difundir o uso de energias renováveis, entre elas, o hidrogênio verde. “Buscamos apresentar soluções num momento em que temos uma série de problemas na indústria para acompanhar o desenvolvimento sustentável”, explicou.
Participante de forma online, o diretor-regional do Senai, Rodolpho Caesar Mangialardo, ressaltou a grande oportunidade que o Estado tem de crescer na área, inclusive, em articulação com o governo do Estado. “Há uma série de oportunidades de hidrogênio no País e no mundo. Precisamos sair daqui com um propósito”.
Conforme os pesquisadores do instituto, em 2022, Mato Grosso do Sul produziu 57gw de energia, sendo 89,96% a partir de energia renovável (38,96% biomassa e 43,88% solar). Mesmo com os altos números, o Estado ainda tem muito potencial a ser explorado na passagem de uma matriz energética focada nos combustíveis fósseis para uma com baixa ou zero emissões de carbono, baseada em fontes renováveis.
Conforme a coordenadora de pesquisa industrial do ISI Biomassa, Layssa Okamura, o hidrogênio é um dos elementos mais abundantes do planeta e é considerado o combustível do futuro. “A principal vantagem no uso e aplicação do hidrogênio verde é como biocombustível. A energia renovável é isenta de geração de gases do efeito estufa, entre eles o CO2, e, por isso, esse é o principal benefício ambiental”, explica.
Carlos Mesquita, gerente do Instituto Senai de Tecnologia em Energias, do Ceará, explicou sobre a importância de auxiliar as empresas que querem investir na produção de hidrogênio. “Acredito que o Senai, de uma forma geral, em um trabalho em rede, entre institutos, tanto os ISTs como os ISIs, pode focar no auxílio às indústrias que querem fazer essa transição energética, que é justamente estar utilizando novas tecnologias no seu processamento”, defendeu
Diretor executivo da Biosul (Associação dos Produtores de Bioenergia de Mato Grosso do Sul), Érico Paredes, avaliou a iniciativa da reunião como muito importante, pois há um conjunto de inovações no setor produtivo para alcançar políticas de redução de emissão de gases do efeito estufa. “Estamos reaproveitando o máximo possível os resíduos da produção para transformá-los em subprodutos e, com a inovação tecnológica, vemos o hidrogênio como uma das alternativas também, como a produção de hidrogênio a partir do etanol. A pesquisa é fundamental nisso”, ressaltou.
Também participaram do debate representantes da Vetorial Siderurgia, Cooperativa Cooasgo e Cerâmica Guerra.
sfiems.com.br