Mesmo com o fim do programa do governo federal que instituiu as escolas cívico-militares, a maioria das instituições de Mato Grosso do Sul que adotaram este sistema permanecerá com o modelo. Uma delas, a Escola Municipal Major Alberto Rodrigues da Costa, localizada em Jardim, tornou-se referência após adotar o programa federal.
A escola, que na época se chamava Chaquib Kadri, havia sido fechada em 2017 por causa da evasão escolar e também teve sua estrutura condenada pela Defesa Civil.
Sem alunos e precisando de reforma, a prefeitura do município viu no Programa Nacional das Escolas Cívico-Militares (Pecim), executado em parceria do Ministério da Educação (MEC) e do Ministério da Defesa, uma forma de retomar o funcionamento da instituição de ensino.
A prefeita de Jardim, Clediane Matzenbacher (PP), conta que o governo federal havia dado duas opções para financiamento de quem aderisse ao programa: a primeira era o pagamento de incentivo aos militares que estivessem envolvidos com as escolas, e a segunda, a destinação de recursos para reforma e compra de materiais didáticos para a instituição.
“Nós optamos por receber o dinheiro e fazer a reforma, porque a escola estava precisando de melhorias. Então, nós já usamos o recurso que o governo federal destinou ao programa. O fim do programa não nos afeta diretamente por isso, assim como vários outros municípios, nós mesmos fazemos o pagamento aos militares”, explicou a prefeita.
Depois de reformada e com a instituição do ensino cívico-militar, segundo o coordenador pedagógico da escola, o professor mestre Ilzo Audício Meirelles, o local agora tem fila de espera de alunos com desejo de se matricular na instituição, situação muito diferente da vivida há alguns anos.
“A evasão reduziu em 100%, agora nós temos demanda de alunos aguardando vagas. São 10 salas, e todas elas estão lotadas, todas as salas com número total de alunos. Ela já teve grande problema de evasão, que levou ao fechamento com o antigo nome, mas agora a situação mudou”, afirmou Meirelles.
Outro ponto positivo, ainda de acordo com o coordenador, foi a melhora na disciplina dos estudantes.
“A presença dos militares conseguiu controlar a indisciplina que já existiu. Nós tínhamos problemas de indisciplina acentuado, ainda acontecem casos isolados, mas percebemos uma grande redução”, disse.
Para incentivar os estudantes, o professor conta que foi instituído o prêmio de aluno do bimestre: o estudante com as melhores notas por turma recebe uma medalha e um presente em uma cerimônia com todos os estudantes e com os militares.
Depois que se tornou cívico-militar, a instituição já recebeu a certificação do governo federal, afirmou a prefeita.
PROGRAMA
Conforme o Correio do Estado já havia antecipado no dia 13 de julho, o governo do Estado e a Prefeitura de Campo Grande confirmaram que vão manter as escolas cívico-militares.
Segundo o Executivo estadual e municipal, as instituições não recebiam recursos do governo federal para o pagamento dos militares, dinheiro que sai dos cofres tanto do Estado quanto da Capital.
Na sexta-feira, o governo federal publicou decreto que revogou o Programa Nacional de Escolas Cívico-Militares e deu prazo de 30 dias para que as instituições que aderiram ao projeto elaborem plano de transição para o encerramento das atividades do Pecim.
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