Mato Grosso do Sul ganha nessa quinta-feira (14) uma obra emblemática: o Hospital Veterinário para Animais Silvestres do CRAS (Centro de Reabilitação de Animais Silvestres), órgão vinculado ao Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul. O Hospital foi batizado de Ayty (pronuncia-se aitã), nome oriundo da língua Tupi-Guarani que significa cuidado, acolhimento, e já nasce como o maior e mais moderno das Américas, com o compromisso de se tornar referência em pesquisa sobre Medicina Veterinária Silvestre.
O diretor-presidente do Imasul, André Borges, anunciou que será firmado um convênio com a Universidade Federal de Mato Grosso do Sul para que o hospital receba médicos veterinários residentes e pesquisadores. “É a concretização de um sonho para todos que atuam na conservação da biodiversidade. O CRAS vem atendendo, em média, 2,5 mil animais silvestres por ano, e 70% são reabilitados e devolvidos à natureza. Com o hospital vamos poder elevar esse índice”, afirmou.
O governador Eduardo Riedel participou da inauguração, ao lado do ex-governador Reinaldo Azambuja, em cuja gestão a obra foi iniciada. “É uma alegria entregar à sociedade melhorias como essa. Mais do que um hospital, essa obra é um símbolo forte de que levamos a sério a questão ambiental, sem nenhum tipo de retórica”, disse o governador.
O secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), Jaime Verruck, também demonstrou sua satisfação pela conclusão da obra que ajudou a idealizar ainda em 2015, quando era diretor-presidente do Imasul, conforme relatou. “Obviamente agora a régua aumenta, mas tenho plena certeza que a equipe do CRAS está capacitada e tem qualidade excelente para atender a demanda que vai surgir e dar bom proveito à estrutura que está recebendo hoje”, completou.
Também estavam presentes o vice-governador Barbosinha, os secretários Eduardo Rocha (Casa Civil), Pedro Caravina (Governo), Marcelo Miranda (Esporte, Cultura e Cidadania), o secretário adjunto da Semadesc, Walter Carneiro Junior; os deputados estaduais Marcio Fernandes e João Cesar Mato Grosso e o deputado federal Rodolfo Nogueira.
A obra
“Até então o CRAS fazia o atendimento ambulatorial. Casos mais graves que necessitassem de exames de imagem, por exemplo, era preciso levar o animal até clínicas parceiras, que nos ajudam muito. Mas para transportar o animal era preciso sedar, fazer a remoção, processo muito estressante, lembrando que o animal já estava ferido. Com a inauguração do Hospital a gente melhora esse atendimento porque será feito tudo no mesmo local. É um fortalecimento da política pública de conservação da natureza, mais conforto para o animal e a garantia de seu pronto restabelecimento para retornar saudável à natureza”, disse André Borges.
Só na obra o Governo do Estado investiu R$ 5.165.710,55. Para mobiliar e equipar o hospital foram investidos mais de R$ 1 milhão. A lista inclui mesa para anestesia, máquina de tosa para tricotomia, laringoscópio em led, monitor multiparamêtrico com capnografia, bombas de infusão para equipo e seringa, aspirador cirúrgico com pedal e ponteira, incubadora, calha cirúrgica em três tamanhos, mesa cirúrgica de inox com dois motores, maca com carrinho em inox, mesa para instrumental cirúrgico, aquecedor elétrico a óleo para filhotes, mesa buck para raio-x, aparelho de ultrassom, autoclave 21 litros horizontal digital, sistemas de radiografia veterinária completos, ambu, traqueia, mobiliário completo para dependências administrativas e demais componentes.
O CRAS
“Seria uma estrutura, inicialmente enxuta, basicamente constituída por escritório para recepção, enfermaria e meia dúzia de recintos para os animais silvestres, o que foi viabilizado. Com o tempo, a necessidade de ampliação da estrutura de trabalho foi sendo melhor compreendida pelos governos subsequentes e passou a ser atendida com mais investimentos”, relata.
Conforme a coordenadora do CRAS, Aline Duarte, o Centro recebe anualmente, em média, 2,5 mil animais, sendo na sua maioria aves, seguido de mamíferos e alguns répteis. “Seguindo um protocolo de atendimento, os animais que chegam são cadastrados no sistema e recebem um número de registro, passam por uma triagem e são encaminhados aos atendimentos veterinários. É feito o processo de quarentena e depois seguem para reabilitação.”
Para cumprir esse protocolo, O CRAS vinha atendendo em prédios separados. O registro e a triagem eram feitos em um ambiente, o atendimento veterinário e quarentena em outro. Caso o animal necessitasse fazer exames de imagem, precisava ser encaminhado a clínicas parceiras de universidades e outras instituições.
“Com o novo hospital conseguimos concentrar todo o atendimento em um só lugar. Contamos com uma estrutura que acomoda tanto os atendimentos veterinários como também a equipe administrativa e técnica”, disse Aline.
Fotos: Mairinco de Pauda
Publicado por: João Prestes