Por Gabriel Maymone
Incêndio que devastou 17,8 mil hectares (equivalente a 18 mil campos de futebol) do Pantanal sul-mato-grossense teria começado a partir de falhas cometidas pela concessionária Rumo Malha Oeste. A constatação é do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), que aplicou multa de R$ 107 milhões à Rumo e a Trill Construtora, terceirizada.
Conforme confirmado pelo órgão ambiental à reportagem do Jornal Midiamax, fiscalização verificou que a Rumo não estaria fazendo a limpeza adequada de vegetação seca que fica em torno dos trilhos na região de Corumbá – município a 425 km de Campo Grande.
Assim, faísca liberada por máquina utilizada pela empresa para cortar trilho teria iniciado um incêndio de grandes proporções no dia 16 de agosto que consumiu a imensa área e levou seis dias para ser controlado. Outro fator que colaborou para a propagação das chamas foi o fato de haver dormentes de madeira usados nos trilhos largados ao longo da via.
O Ibama confirmou que a empresa tinha autorização para fazer a manutenção dos trilhos. No entanto, é necessário seguir algumas exigências. Uma delas é a limpeza da vegetação no entorno e manutenção de equipamentos para controle de fogo no local. A fiscalização constatou que a Rumo não seguiu essas exigências.
Multas somam R$ 107 milhões
Então, pela devastação dos quase 18 mil hectares de vegetação no Pantanal, a Rumo recebeu duas infrações. Uma de R$ 50 milhões pelo fogo e outra de R$ 7 milhões por descumprir as condicionantes do licenciamento para operar na região.
Por fim, uma terceira multa, no valor de R$ 50 milhões, foi aplicada à empresa Trill Construtora, terceirizada da Rumo para fazer o serviço de manutenção. O Ibama colocou a empresa como corresponsável pelo incêndio.
A reportagem do Jornal Midiamax solicitou posicionamento às empresas Rumo e Trill sobre as infrações, mas não obteve retorno até esta publicação. O espaço segue aberto para manifestação.
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