Na última segunda-feira, 21, cerca de dois mil trabalhadores da Jari Celulose voltaram à empresa, localizada no Vale do Jari, no Sul do Amapá, para retomada das atividades após mais de um ano de paralisação. A companhia estava mantendo o vínculo empregatício de seus funcionários, mas realizou o pagamento de apenas um mês de salário, segundo o sindicato da categoria.
Com dívidas acumuladas de quase R$ 1 bilhão e com dificuldades para manter a produção, a fábrica da Jari Celulose paralisou suas atividades em agosto de 2022. Na ocasião, quase dois mil funcionários próprios e três mil profissionais terceirizados foram demitidos.
A crise da empresa impactou a região do Vale do Jari, que compreende os municípios amapaenses de Laranjal e Vitória do Jari, e da cidade paraense de Almeirim, onde a planta da fábrica está localizada. A maioria dos trabalhadores reside no Amapá.
Na última semana, os profissionais foram convocados pela empresa para uma reunião e na ocasião, aceitaram retornar ao trabalho nesta segunda, apesar do longo período sem salários. Até o momento, a Jari Celulose quitou apenas o salário referente a julho, além de benefícios e férias.
“Estamos com esperança, apesar de que a Jari não é uma empresa muito transparente”, disse Odeilson Cardoso, presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Jari, em entrevista ao Portal SN.
“Todos demonstrando engajamento e força para voltar, sentindo-se comprometidos com esse momento importante. Os funcionários estavam ativos nos nossos quadros”, explicou Robson Souza, gerente administrativo da Jari Celulose.
Apesar do retorno à fábrica, a produção de celulose para exportação ainda não tem uma data prevista de retomada. “Fizemos um planejamento estratégico para retomada e iniciamos em dezembro até janeiro, onde a concluímos grande parte das manutenções. Nessa segunda etapa vamos consolidar essas melhorias com expectativa de voltar à produção rapidamente”, afirmou Davidson Nascimento, gerente de manutenção da companhia.