A FA (Federação Inglesa de Futebol) marcou para a próxima segunda-feira o depoimento de Lucas Paquetá em relação a possíveis violações em apostas esportivas. O esclarecimento estava previsto para o dia 21 de agosto, mas foi adiado a pedido da defesa do jogador do West Ham, que solicitou a apresentação de “provas consistentes”.
Toda fundamentação para a investigação foi feita com base em um relatório apresentado pela Sports Radar, órgão fiscalizador de ações suspeitas, à FA. A denúncia envolve os jogos entre West Ham x Aston Villa, no dia 12 de março, quando Lucas Paquetá recebeu cartão amarelo aos 25 do segundo tempo, Leicester x West Ham, dia 28 de maio, ambos da temporada passada, e Bournemouth x West Ham, dia 8 de agosto, na abertura da edição atual da Premier League.
É de praxe que as entidades monitorem as denúncias recebidas e tomem medidas de investigação ao término das temporadas. Não há, porém, sinalização da FA até o momento com provas que sejam diretamente ligadas a Paquetá, como interceptações telefônicas, documentos ou mesmo especificação dos aportes financeiros — conduta que norteou, por exemplo, a Operação Penalidade Máxima, deflagrada em 2023 no futebol brasileiro.
A denúncia na Inglaterra, por sinal, reverberou no Brasil e Lucas Paquetá foi convidado pela CPI da Manipulação no Futebol para prestar esclarecimentos. Como reside no exterior, não há previsão para que o atleta seja entrevistado pelos políticos em Brasília.
Os impactos imediatos do vazamento da investigação também entraram em pauta nos questionamentos à FA. O episódio se tornou público após o Manchester City ser comunicado e encerrar a negociação milionária para comprar Paquetá ao West Ham, que recusou proposta inicial de 70 milhões de libras (R$ 437 milhões).
O imbróglio foi determinante também para Fernando Diniz não convocar o jogador para as duas primeiras rodadas das eliminatórias sul-americanas para a Copa de 2026. O treinador admitiu em entrevista coletiva que Paquetá estava na lista inicial, mas acabou substituído para poder tratar do tema.dos ingleses que estão em contato direto com a Federação Inglesa. Em contato com o ge, a entidade disse que a orientação é não se posicionar a respeito do caso.
Na Inglaterra, a fiscalização contra envolvimento de futebolistas com apostas esportivas é grande. Atletas são proibidos de fazerem apostas, estando ou não envolvidos nos jogos apostados. No dia 13 de abril, a liga inglesa aprovou a retirada dos patrocínios das casas de apostas da frente das camisas dos times. Os clubes terão até o fim da temporada 2025/26 para fazer isso.
Recentemente, o atacante Ivan Toney, do Brentford, foi suspenso de todas as atividades do futebol por oito meses por infringir as regras no que diz respeito a apostas. Em meio à investigação, Paquetá foi titular em todos os quatro jogos do West Ham nesta temporada, com um gol marcado e uma assistência.
(Foto: Getty Images)
(Com ge)
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