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Mesmo recebendo repasses milionários, Federação de Futebol de MS fecha 2022 com dívida de R$ 752 mil

Gestão do futebol de Mato Grosso do Sul, que é o terceiro pior do país, deixa a desejar

por Nathally Martins da Silva Bulhões
A prestação de contas da Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul (FFMS) do ano de 2022 aponta que a entidade recebeu R$ 3,9 milhões no ano passado, mas continua afundada em dívidas.

Após encerrar 2021 com saldo positivo de R$ 52 mil e dívidas de R$ 260 mil, a FFMS encerrou 2022 no vermelho, com déficit de R$ 492 mil, e dívidas superiores a R$ 752,5 mil.

O relatório aponta que a entidade registrou nas Contas a Pagar o valor de R$ 62 mil, que se refere a pagamento de fornecedores, parcelamentos, obrigações tributárias, trabalhistas e previdenciárias. Já as contas de longo prazo são de  R$ 756 mil, e englobam parcelamentos, e provisões de contingência passivas.

As despesas judiciais impulsionaram o déficit no balanço. O documento destaca que a  4ª Vara Civel de Três Lagoas condenou a FFMS a pagar 50% de uma ação de indenização de R$ 839 mil, ou seja, a entidade deve pagar pouco mais de R$ 419 mil somente nessa ação.

O Caixa da Federação, que representa recursos de livre movimentação e de aplicações de liquidez imediata, fechou 2022 com R$ 8.733, valor 72.8% inferior ao de 2021, ano em que R$ 32.193,75 estavam em caixa.

A receita bruta da entidade em 2022 foi de R$ 3,9 milhões, sendo praticamente metade desse valor oriundo um repasse de quase R$ 2 milhões da CBF. As rendas diversas (receita de anuidade dos clubes filiados, mensalidade dos clubes, patrocínios, transferências de atletas, entre outros), corresponderam a R$ 726,7 mil.

Além disso, a FFMS contou com investimento de pouco mais de R$ 1 milhão da Fundação de Desporto e Lazer de Mato Grosso do Sul (Fundesporte), para a realização do Campeonato Sul-Mato-Grossense de Futebol Profissional Série A, e R$ 170 mil para o futebol amador feminino. A receita é proveniente do Fundo de Investimentos Esportivos (FIE-MS).

O apoio oferecido pelo Governo do Estado auxilia diretamente as equipes com despesas ao longo do campeonato, como hospedagem e alimentação dos jogadores e comissão técnica, taxa de arbitragem e custos com materiais esportivos.

Mesmo com os investimentos, a Federação não consegue quitar suas dividas, falhando na área de gestão, e, como se não bastasse, deixa a desejar na área esportiva, já que o futebol de Mato Grosso do Sul é o terceiro pior do país, atrás apenas de Rondônia e Amapá, segundo ranking realizado pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF).

Em 2022, a FFMS aumentou o investimento no futebol profissional, que lidera como maior gasto da federação, que custou R$ 1,997 milhão. Em 2021, o investimento havia sido de R$ 1,752 milhão.

Em seguida, aparecem no relatório como maiores gastos o “serviço de terceiro”, que custou R$ 326 mil, e despesa com pessoal, com custo de aproximadamente R$ 158 mil.

A entidade, criada em 1978, esta há 20 anos sob o comando de Francisco Cezário, que tomou posse de seu oitavo mandato como presidente em abril desse ano.

O mandato, que segue até 2027, deve ser o último de Cezário, que está perto de virar octogenário, já que a FFMS adequou seu estatuto às mudanças na lei 9.615/1998, a Lei Pelé, que rege o desporto no País.

ALANIS NETTO

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