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MS assina contrato de R$ 2,3 bilhões com BNDES para impulsionar infraestrutura no Vale da Celulose

O acordo inclui a pavimentação de 569 km e a modernização de estradas na região estratégica para as grandes indústrias de celulose

por Nathally Martins da Silva Bulhões

Portal Celulose

O Governo de Mato Grosso do Sul assinou um contrato de financiamento de R$ 2,3 bilhões com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) na última quinta-feira, 26, em Brasília (DF). O montante será destinado a investimentos em infraestrutura, com foco especial na logística rodoviária da região leste do estado, conhecida como Vale da Celulose. A área, que abriga grandes indústrias globais de celulose, vem atraindo cada vez mais capital privado.

Ao todo, 818 km de rodovias estaduais serão beneficiados, sendo 569 km de novas pavimentações e 249 km de restaurações. O projeto, que conta com uma contrapartida de R$ 300 milhões do governo estadual, tem como objetivo melhorar o escoamento da produção e preparar as estradas para o aumento do tráfego regional.

“Mato Grosso do Sul atravessa um momento de crescimento importante, que traz boas perspectivas para nós. A Arauco aprovou R$ 26 bilhões para sua nova fábrica, algo que vai alcançar não apenas o município de Inocência, mas toda a Costa Leste do Estado. É uma região que passa por uma transformação e esse recurso do BNDES é de vital importância, permite que continuemos a dar competitividade para esses negócios”, destacou o governador do MS, Eduardo Riedel.

A Costa Leste do estado já abriga gigantes como Suzano e Eldorado, enquanto Arauco e Bracell preparam-se para iniciar operações em municípios estratégicos. Esses empreendimentos movimentam bilhões de reais e geram milhares de empregos, exigindo investimentos contínuos em infraestrutura.

Riedel também ressaltou a parceria com o Governo Federal, que delegou ao estado a gestão de trechos das BRs 262 e 267, totalizando 870 km de rodovias federais que serão leiloadas em dezembro. “Quero reforçar que o Governo Federal também foi parceiro nosso ao nos delegar parte das BRs 262 e 267 para somar com outras rodovias federais 870 km que serão concessionados em dezembro na B3 em São Paulo. São R$ 5,7 bilhões de capex [investimento em bens de capitais] para os próximos seis, sete anos, que somado a esses R$ 2,3 bi de hoje, mais R$ 1,5 bi do Estado, são quase R$ 10 bilhões de investimento que nos coloca em outro patamar”, disse.

PROJETOS BEM ESTRUTURADOS E CRESCIMENTO ECONÔMICO

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente do BNDES, Aluízio Mercadante, participaram da assinatura do contrato. Lula destacou que projetos bem estruturados têm acesso facilitado aos recursos do BNDES, gerando um ciclo virtuoso de crescimento econômico. “Não adianta fazer discurso, tem que ter projeto. Se tiver consistência, ele [o gestor] consegue o dinheiro, e esse dinheiro ao ser aplicado na execução do projeto começa a circular e a economia a funcionar, gera emprego, consumo, é um ciclo virtuoso”, afirmou o presidente.

Já Mercadante elogiou a qualidade do projeto apresentado pelo Mato Grosso do Sul, destacando inovações como medidas de prevenção a incêndios em rodovias. “É um projeto que vai mudar a infraestrutura do Estado, vai tornar mais eficiente, vai exigir menos tempo para escoar a produção, vai aumentar a produtividade, a qualidade de vida, a segurança nas estradas, e traz a inovação que são medidas de prevenção a incêndios em rodovias. É um projeto muito bonito e queremos qualificar assim também os próximos”, comentou.

Além disso, Riedel comentou que o projeto inclui ações para aumentar a resiliência climática, essenciais para a preservação das florestas plantadas usadas na fabricação de celulose. “Vai ajudar muito nessas épocas mais dramáticas, de extrema seca”, explicou o governador. “As empresas estão muito partícipes desse monitoramento, e o Estado também, em parceria”, concluiu.

O governador também mencionou projetos adicionais em análise pelo BNDES, como a ampliação da infraestrutura de gás pela MSGÁS e a estruturação de uma parceria público-privada para parques estaduais.

O investimento é parte da estratégia do estado para manter o crescimento econômico, que registrou um aumento de 6,6% no PIB no último ano, e garantir que a região continue atraindo grandes empreendimentos.

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