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Núcleo de ESG da Fiems conhece sistema de monitoramento incêndios do Instituto do Homem Pantaneiro

por Nathally Martins da Silva Bulhões

A equipe do Núcleo de ESG e Sustentabilidade da Fiems conheceu, na semana passada, o sistema de monitoramento de incêndios do IHP (Instituto do Homem Pantaneiro), em Corumbá. Além de coordenar inúmeros projetos de conservação ambiental, o instituto é o primeiro com certificação de crédito de carbono no Pantanal.

De acordo com a assessora do Núcleo, Cláudia Borges, conhecer as iniciativas das entidades comprometidas com a conservação ambiental em Mato Grosso do Sul é importante para traçar um panorama de possibilidades de parcerias com as indústrias de Mato Grosso do Sul interessadas em adotar iniciativas de investimento social privado e contribuir com sua agenda de sustentabilidade.

“Trabalhar em conjunto com as comunidades locais é uma das formas mais efetivas de atuação em um contexto ambientalmente privilegiado como o de Mato Grosso do Sul. O instituto nos mostra possibilidade de investir em projetos já estruturados, reconhecidos e com equipes preparadas para este tipo de atuação”, destacou.

O Núcleo iniciou em 2023 o mapeamento de boas práticas nas indústrias do Estado. A intenção é criar um banco, dar visibilidade e estimular a adoção de iniciativas ambientalmente corretas, socialmente justas, transparentes e com boa governança. Identificar possibilidades de atuação conjunta e em parceria também faz parte da proposta.

Na ocasião da visita, a equipe do IHP mostrou como funciona o programa de monitoramento de incêndios na Rede de Proteção e Conservação da Serra do Amolar. O território se estende por toda extensão do Rio Paraguai, nos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, e é composto de 13 propriedades, entre fazendas e reservas privadas.

Por meio de inteligência artificial, o instituto aprimorou um sistema de monitoramento da biodiversidade da Serra do Amolar, composto por câmeras, para identificar processos e ações antrópicas que possam afetar a conservação das áreas e identificar as possíveis áreas de conservação legal na modalidade RPPN.

O monitoramento ao vivo permite identificar, por exemplo, áreas de incêndio e, assim, acionar as brigadas mais próximas para conter as chamas com tempo entre 3 e 5 minutos e precisão de 70% a 93%, de acordo com o assessor de Comunicação do Instituto, Rodolpho Cezar de Sousa.

Pioneirismo

 O IHP é uma organização da sociedade civil, sem fins lucrativos. Fundado em 2002 e instituído no dia 30 de março de 2012, em Corumbá, atua na conservação e preservação do bioma Pantanal e da cultura local.

Dentre as atividades desenvolvidas pela instituição destacam-se a gestão de áreas protegidas, desenvolvimento de pesquisas e promoção de diálogo entre os atores com interesse na área.

Neste ano, o IHP conseguiu ter o primeiro projeto com certificação de crédito de carbono no Pantanal. O Programa Conexão Jaguar, desenvolvido pela ISA e suas empresas, é responsável pelo financiamento e apoio técnico deste primeiro projeto REDD+ (Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação Florestal) certificado no Pantanal pela Verra.

Os créditos de carbono são instrumentos de incentivo à preservação, desenvolvidos no âmbito da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC) para recompensar financeiramente áreas em desenvolvimento por seus resultados de redução de emissões de gases de efeito estufa.

O projeto tem potencial de redução de mais de 430 mil toneladas de CO², até 2030. A iniciativa terá ainda o desafio de reduzir em 90% o desmatamento não planejado, no qual está incluído o fogo, considerado o principal fator de desmatamento no bioma, de acordo com o IHP.

 

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