Parque estadual de Mato Grosso do Sul é reconhecido entre os Top 10 do Brasil em observação de aves

O Parque Estadual do Vale do Rio Ivinhema (PEVRI), gerido pelo Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul), foi destacado como um dos dez principais locais de observação de aves no Brasil, de acordo com os dados do último Big Day. O PEVRI se classificou como o oitavo hotspot mais relevante no país, sendo reconhecido por sua diversidade de espécies de aves.

O Big Day, um evento global de observação de aves, mobiliza observadores de todo o mundo em uma maratona de 24 horas, na qual o objetivo é registrar o maior número possível de espécies em um único dia.

Durante o evento deste ano, foram catalogadas 1.242 espécies no Brasil, das quais 374 foram registradas em Mato Grosso do Sul, colocando o estado na 11ª posição entre os estados brasileiros. Somente nas Unidades de Conservação (UCs) geridas pelo Imasul, foram observadas 216 espécies, representando mais da metade das aves identificadas no estado. No ranking estadual, o PEVRI e o Parque Estadual das Matas do Segredo (PEMS) ficaram no Top 10, ocupando a 4ª e 10ª posição, respectivamente.

O Imasul tem sido um parceiro ativo do Big Day, promovendo o evento e incentivando a visitação nas UCs do estado. Este ano, o PEVRI se destacou ao registrar 182 espécies de aves, quase 50% do total observado em Mato Grosso do Sul, consolidando seu papel como uma área de grande importância para a conservação da avifauna.

Em eventos anteriores já foram observados nos parques de Campo Grande as espécies: gavião-pega-macaco, gavião-pato, uirapuru-laranja, peixe-frito-verdadeiro, soldadinho, chorozinho-bicudo, choca-do-planalto, surucuá-de-barriga-vermelha, pula-pula-de-sobrancelha, cisqueiro-do-rio, entre outras espécies.

Parque Estadual do Vale do Rio Ivinhema (PEVRI)

Com uma área de 73.345,15 hectares, abrangendo os municípios de Jateí, Naviraí e Taquarussu, o PEVRI foi a primeira Unidade de Conservação do estado, criada em 1998 como uma medida compensatória pela construção da Usina Hidrelétrica Engenheiro Sérgio Motta. Além de ser um importante abrigo para espécies do Cerrado e da Mata Atlântica, o parque oferece infraestrutura para pesquisadores e está se adaptando para receber turistas.

Para Reginaldo Oliveira, gestor do parque, o reconhecimento entre os 10 principais parques nacionais é motivo de grande satisfação.

“Isso evidencia que estamos cumprindo nosso papel na conservação da natureza, oferecendo um refúgio seguro para as espécies do Cerrado e da Mata Atlântica”, afirma. Ele também destaca o crescimento do turismo de observação de aves no Brasil, e reforça que o PEVRI, com sua vocação natural para a atividade, tem potencial para contribuir com o desenvolvimento turístico e econômico da região do Vale das Águas.

Parques de Campo Grande

Localizados no perímetro urbano de Campo Grande,  o PEMS (Parque Estadual Matas do Segredo), com sua significativa contribuição para a conservação ambiental, registrou 92 espécies durante o evento, ocupando uma posição de destaque entre as áreas de preservação do Estado, enquanto o Parque Estadual do Prosa – que também participou do Big Day – teve o registro de 41 espécies de aves. Criado como Reserva Ecológica em 1981 e elevado a parque estadual em 2002, o Prosa, com seus 135 hectares, é um exemplo de conservação em área urbana.

Maria Clara Dias, estudante de turismo e entusiasta da observação de aves, compartilhou sua experiência sobre o Big Day: “Comecei a praticar a observação em dezembro do ano passado. Sou estudante de Turismo na UFMS e me interessei muito por essa atividade durante meu estágio em uma pousada em Aquidauana, onde a observação de aves é um dos principais atrativos. Minha última ação foi no Bioparque Pantanal. Mesmo com o tempo nublado e apenas 1h30 antes do parque abrir, consegui registrar 31 espécies. No final do ano passado, participei de um curso de condução de aviturismo oferecido pelo Instituto Mamede e foi uma oportunidade que não poderia perder.”

Luana dos Santos, filósofa, compartilhou sua primeira experiência no Big Day, no qual participou nos períodos matutino e vespertino, avistando mais de 70 espécies. “A que mais me chamou a atenção foi a Narceja (Gallinago paraguaiae). Gostei muito da experiência e de poder contribuir com o Estado. Foi gratificante colocar a região onde eu observo no mapa. Participei de uma sessão pela manhã e outra à tarde.”

Sustentabilidade

Após o encerramento dos registros, o número de espécies observadas nas UCs de Mato Grosso do Sul foi atualizado para 216, reforçando o papel fundamental dessas áreas na preservação das aves. Além de promover o ecoturismo, o Big Day oferece dados essenciais para o monitoramento das populações de aves e o desenvolvimento de políticas públicas voltadas à conservação ambiental.

O evento, realizado duas vezes por ano, atrai observadores de todo o mundo, que compartilham suas observações em plataformas globais. Esses dados são fundamentais para mapear a distribuição de espécies e fortalecer a preservação dos hotspots, locais reconhecidos pela alta concentração de registros de aves.

André Borges, diretor-presidente do Imasul, ressalta a importância desta ação: “Com o apoio de ações eventos como essa, o Imasul reafirma seu compromisso com a proteção da biodiversidade, a valorização dos ecossistemas e a promoção do turismo sustentável em Mato Grosso do Sul”.

Texto: Gustavo Escobar

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