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Petrobras indica retomada de obras da UFN3 em MS após anos de interrupção

Presidente da estatal, Jean Paul Prates, confirmou o interesse em retornar ao setor de fertilizantes

por Nathally Martins da Silva Bulhões

Em coletiva de imprensa realizada na última sexta-feira (4), no Rio de Janeiro, a Petrobras comunicou que irá retornar ao setor de fertilizantes no Brasil. Com isso, a estatal deve retomar em breve a operação da fábrica de fertilizantes nitrogenados do Paraná e também dar continuidade às obras de construção da UFN3 em Três Lagoas, interrompidas em 2014, com 82% de conclusão.

“É um passo muito importante porque representa a reentrada da Petrobras na fabricação de fertilizantes, que é uma diretriz nacional, e não só da Petrobras, após a invasão da Ucrânia pela Rússia”, informou o presidente da companhia, Jean Paul Prates durante entrevista para detalhar o balanço do segundo trimestre da empresa.

Em um primeiro momento, a estatal vai anunciar a retomada das operações da Ansa, unidade de fertilizantes nitrogenados no Paraná. De acordo com a Petrobras, um grupo concluiu que há viabilidade na estratégia comercial em retomar a unidade, com a produção de ureia e Arla 32, produto que reduz emissões em veículos a diesel. Antes da retomada, a fábrica deve passar por uma manutenção que deve durar oito meses. A Petrobras já havia tentado vender a unidade durante gestões anteriores, mas as negociações não foram concluídas.

Em Mato Grosso do Sul, outra fábrica que chegou a ser colocada à venda, que deve voltar aos planos de investimentos da Petrobras é a UFN-3, em Três Lagoas. As obras de construção da planta foram interrompidas em dezembro de 2014, com 82% de conclusão, devido à rescisão do contrato da Petrobras com o consórcio responsável, formado por Sinopec e Galvão Engenharia.

De acordo com o diretor-executivo de processos industriais e produtos da Petrobras, William França, a companhia está avaliando o cronograma e viabilidade econômica para a retomada das obras que possibilitaria uma capacidade de produção de 3,2 mil toneladas de ureia, utilizando gás natural como matéria-prima, transportado pelo Gasoduto Bolívia-Brasil.
“É uma fábrica mais moderna, com um rendimento de produção de ureia muito maior do que o das plantas atuais. Acreditamos muito no potencial de retomada das obras”, comentou o diretor.

Em junho, o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, sinalizou ao governador Eduardo Riedel (PSDB) e à ministra Simone Tebet (Planejamento e Orçamento) a retomada de estudos e possíveis investimentos em fertilizantes. Durante reunião em Brasília, Prates reforçou o interesse em ver de perto a situação da UFN3 em Três Lagoas.

Em paralelo com as plantas do Paraná e Mato Grosso do Sul, outras duas fábricas de fertilizantes da Petrobras no Nordeste, em Sergipe e na Bahia, também estão dentro dos planos de retomada do setor. Atualmente, as duas unidades estão arrendadas para a Unigel, com quem a estatal está negociando uma possível parceria, que incluiria ainda a produção de hidrogênio verde.

As duas fábricas de fertilizantes da Petrobras foram arrendadas à empresa privada durante o governo de Jair Bolsonaro, em contratos de dez anos, porém as duas enfrentam crise financeira e de operações. Os trabalhos nas unidades foram interrompidos depois que Unigel alegou que a falta de flexibilidade nos contratos de gás tornava as operações economicamente inviáveis.

 

Por Jhefferson Gamarra

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