O verão começa apenas no dia 22 de dezembro, mas projeções climatológicas indicam que a estação, que já costuma ser de altas temperaturas, terá calor acima da média em Mato Grosso do Sul, gerando um trimestre bem mais quente que o normal no Estado.
Conforme previsão do Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima (Cemtec), divulgada nesta segunda-feira (20), o fenômeno El Niño “pode, provavelmente, atingir sua intensidade máxima entre os meses de dezembro (2023), janeiro e fevereiro (2024)”.
Dessa forma, o El Niño pode amplificar as altas temperaturas já registradas na primavera e, consequentemente, gerar novas ondas de calor. A média pode ficar entre 40°C e 43°C.
“Através da análise dos modelos de previsão do tempo é possível identificar que outros sistemas de alta pressão atmosférica devem se formar durante a primavera. Nesse sentido, devemos ter a formação de bloqueios atmosféricos, resultando em altas temperaturas e, até mesmo, novas ondas de calor em Mato Grosso do Sul”, diz a previsão do Cemtec.
Outro impacto do fenômeno é que pode potencializar a formação e a intensidade das tempestades no Estado.
No entanto, no trimestre de dezembro, janeiro e fevereiro, as chuvas devem ficar abaixo da média histórica em grande parte do Estado.
Climatologicamente, em grande parte do Mato Grosso do Sul, as chuvas variam entre 500 a 700 mm. Já em parte das regiões sul, pantaneira e sudoeste as chuvas variam entre 400 a 500 mm.
Tempo
Vários municípios de Mato Grosso do Sul têm registrado recordes de calor nos últimos meses.
O calorão extremo deu uma trégua nesse domingo e as temperaturas devem se manter amenas durante essa semana.
No entanto, nas últimas semana, o Estado enfrentou a terceira onda de calor registrada neste ano, com condições meteorológicas extremas, de altíssimas temperaturas e baixa umidade relativa do ar.
Dezenas de cidades tiveram sensação térmica acima de 40°C.
Além disso, as condições favoreceram a propagação dos incêndios florestais. No Pantanal, a fumaça de incêndios se alastrou para vários outros municípios, incluindo Campo Grande, gerando alerta para a qualidade do ar em níveis críticos.
Para esta semana, há previsão de pancadas de chuva em boa parte do Estado, devido ao intenso fluxo de calor e umidade vindo da Amazônia, aliado ao avanço de uma frente fria oceânica.
Além disso, a atuação de uma área de baixa pressão atmosférica sobre o Paraguai e o transporte de cavados favorecem a formação de nuvens e chuvas no Estado do MS.
Por GLAUCEA VACCARI
Calor pode ser ainda mais extremo no verão – Foto: Gerson Oliveira / Correio do Estado