Protesto da OAB em delegacia cobra resposta sobre denúncia de agressão policial

A OAB/MS (Ordem dos Advogados do Brasil Seccional de Mato Grosso do Sul) levou vários profissionais nesta quarta-feira (4) para frente da 2ª Delegacia de Polícia Civil, em Campo Grande. O presidente da entidade, Bitto Pereira, leu desagravo em apoio à advogada Luciany Reis, que fez denúncia de agressão por parte de um policial civil em janeiro deste ano, quando foi registrar boletim de ocorrência junto a uma cliente. Passados 9 meses “não ocorreu nenhuma punição” criticam os representantes da classe.

“O policial violou não só as prerrogativas da advogada, mas desrespeitou toda a classe, nesta que é uma decisão unânime da OAB-MS. É um absurdo o que aconteceu. Nos deixa triste saber que ao meio-dia de uma sexta-feira, além de não ser atendida, a advogada foi agredida”, destacou Bitto Pereira.

Na ocasião, a briga foi filmada, veja:

Vice-presidente da Comissão Nacional de Defesa das Prerrogativas e Valorização da Advocacia, Cristina Lourenço destacou que a situação representa não apenas uma forma de barrar o trabalho da advogada Luciany Reis, assim como é uma violência de gênero contra a profissional.

“Uma autoridade entendeu que ela não poderia exercer o seu trabalho. Quando sofre violação de prerrogativas, sofre a advocacia feminina e jovem. Temos percebido que os casos de desagravos têm acontecido contra advogadas mulheres e jovens”, disse a conselheira federal da OAB.

De acordo com Cristina, naquele momento, para além de uma violação de prerrogativa, Luciany sofreu por ser mulher. “Será que se fosse um advogado homem ele faria isso ou faria nas proporções em que fez?”, perguntou.

Luciany Reis disse ao Campo Grande News que aguarda o desenvolvimento do processo administrativo contra o policial. “Somos instrumento para outras pessoas e nunca pensei em parar de trabalhar. Espero que as medidas sejam tomadas, principalmente na esfera administrativa”, finalizou a advogada, profissional há 13 anos.

Encontro de advogados que repudiaram a situação envolvendo Luciany Reis (Foto: Alison Silva)
O fato – De acordo com a OAB/MS “a agressão contra a advogada foi um ato de violência e de gravíssima violação de prerrogativas praticados por um agente da Polícia Civil”. Na época, em 27 de janeiro deste ano, a advogada disse que a discussão começou porque “o referido agente se negou a registrar ocorrência a sua cliente vítima de falsa acusação de furto em loja de calçados na Capital”.

Por meio de nota, a 2ª Delegacia de Polícia Civil disse na ocasião que “todas as providências estavam sendo tomadas”. Ambos foram ouvidos e registraram boletim de ocorrência: ela como vítima de lesão corporal e ele como vítima de desacato. “O procedimento foi encaminhado para a Corregedoria da Polícia Civil para apuração e providências necessárias”, destacou a polícia.

 

Por Alison Silva

(Foto: Alison Silva)

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