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Registros do Inpe revelam que chuvas no Pantanal eliminam focos de incêndio

Mais de 1 milhão de hectares foram consumidos pelo fogo no Pantanal neste ano.

por Nathally Martins da Silva Bulhões

As chuvas dos últimos dias encerraram a sequência de incêndios que devastou mais de um milhão de hectares do Pantanal . Imagens do satélite de referência do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Especiais) mostram que não há nenhum foco de fogo no bioma na segunda-feira (20).

Desde o início de novembro, as chamas tomaram o Pantanal, fazendo com que o bioma tivesse o pior mês de novembro da história. O que os especialistas explicam é que o fogo é resultado do baixo volume de chuva, calor intenso e a vegetação ressecada na região.

Entre os dias 12 a 19 de novembro, os satélites do Inpe registraram 1086 focos de fogo no bioma. Nesta segunda-feira (20), o número de pontos de alerta zerou. Neste ano, mais de 1 milhão de hectares foram consumidos pelas chamas no Pantanal.

A chuva era esperada desde setembro, mas teve o período alterado pelo El Niño, que vem mudando o comportamento climático em todo o país. Os especialistas apontam que foi uma mudança no clima que causou o maior impacto na vegetação.

De acordo com o meteorologista Guilherme Borges existem regiões isoladas em que não se pode atribuir a culpa dos incêndios à ação humana.

“As pancadas de chuva na região não acumulam valores significativos e geralmente estão acompanhadas por raios. Quando esses raios atingem o solo e entram em contato com a vegetação já muito seca, favorecem a ocorrência de queimadas. Outro fator importante são os ventos, que ajudam a espalhar o fogo com mais facilidade”, explica.

Apesar disso, é preciso levar em conta que o resultado da alta das temperaturas é resultado da ação humana, com a maior emissão dos gases do efeito estufa. Neste ano, pela primeira vez o mundo registrou uma temperatura média global 2°C acima da era pré-industrial. O calor recorde é reflexo das mudanças climáticas provocadas pelas emissões de gases de efeito estufa.

Mesmo com o fim do fogo, vários bombeiros seguem em atuação no bioma para trabalho de rescaldo. O rescaldo tem o objetivo de impedir que novos focos reascendam, já que ainda há fumaça no local.

 

Bombeiros seguem em áreas do bioma para realizar rescaldo (Foto: CBMMS/Reprodução)

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