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Retorno de investimento bilionário em megafábrica de Ribas pode vir em 7 anos

por Nathally Martins da Silva Bulhões

Passados nove meses do início de suas operações, a megafábrica de celulose da Suzano em Ribas do Rio Pardo, cidade distante 93 quilômetros de Campo Grande, já é a maior exportadora de Mato Grosso do Sul e está conectada à realidade global atual: suprir a crescente demanda por celulose no planeta, sobretudo no segmento de higiene, beleza e limpeza, à medida que países emergentes melhoram o seu índice de desenvolvimento humano.

A expectativa dos que atuam na planta processadora de celulose, a maior em linha única do mundo, é de que o retorno do investimento de R$ 22,5 bilhões realizado ao longo do período de construção, entre 2021 e 2024, possa chegar mais rápido do que se imagina.

A megafábrica de celulose poderá se pagar em até sete anos ou menos. É o que espera, e gostaria, o diretor de Engenharia do Projeto Cerrado, que atua na fábrica de Ribas do Rio Pardo, Maurício Miranda.

“Aqui, tudo é capital próprio”, destaca Maurício Miranda, ao lembrar que, para levantar o Projeto Cerrado, que mais tarde se tornou a maior linha de produção da empresa e do mundo, a Suzano não precisou recorrer a bancos ou a financiamento para levantar a planta.

Máquina de dinheiro
Os R$ 22,5 bilhões investidos na planta – resultado da conversão em uma linha do tempo de cinco anos (que considera a variação das cotações) de um investimento de US$ 5 bilhões – poderão voltar antes porque a megafábrica é uma máquina de fazer dinheiro.

Somente nos dois primeiros meses deste ano, a planta processadora de Ribas do Rio Pardo exportou nada menos que 424 mil toneladas de celulose. Por ano, ela tem uma capacidade de produção de 2,55 milhões de toneladas, mas é possível que este número seja superado quando o projeto atingir sua maturidade.

A receita gerada com as exportações da fábrica de Ribas do Rio Pardo somente nos primeiros dois meses deste ano foi nada menos que US$ 224 milhões (R$ 1,3 bilhão). O valor equivale a 13 vezes o orçamento da cidade que abriga a fábrica, que é de aproximadamente R$ 100 milhões para este ano.

A maior parte desta produção em grande escala, responsável por 20% do total produzido pela Suzano e por 33% do total produzido no Brasil, vai para a China e a Europa, tendo a Holanda, no Porto de Roterdã, como seu principal ponto de entrada.

E a razão para isso é a demanda por papel e seus derivados que não para de crescer no planeta. O papel que a gente usa para ler jornais e livros ou para escrever, apesar da digitalização, ainda tem uma demanda crescente de 1,5% ao ano no mundo, explica Maurício Miranda.

A demanda maior está no segmento de tissues (lenços, em inglês), que cresce 8% ao ano no mundo e deverá aumentar. “Para você ter uma ideia, o consumo de papel per capita da China é de 6 quilos por habitante. No Brasil, é de 7 kg por habitante e, nos Estados Unidos e em países da União Europeia, é de aproximadamente 30 kg por habitante”, explica.

Segundo Miranda, o que faz com que a demanda por itens de higiene – todos feitos a partir da celulose – cresça é o aumento do desenvolvimento de um país. O desenvolvimento econômico e humano demanda mais lenços, guardanapos, toalhas de papel e papel higiênico. País mais populoso do mundo, a Índia, por exemplo, ainda conta com um espaço muito grande para crescimento da demanda por produtos da linha tissue. Lá, o consumo per capita é de 1 kg por habitante.

É por isso que a Suzano já se programou: tem ao lado da megafábrica de Ribas um espaço similar para construir outra linha igualmente colossal com a mesma capacidade.

A atual já gera 3 mil empregos diretos e ocupa uma área de aproximadamente 3,2 milhões de metros quadrados.

Fonte: Correio do Estado

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