Ribas do Rio Pardo gerou 6 mil empregos e ganhou 9 mil habitantes, mas precisa de 6 mil casas

Ribas do Rio Pardo, município localizado a 102 quilômetros de Campo Grande, vive o auge do crescimento econômico e populacional, após a chegada da Suzano Papel e Celulose, uma das maiores fábricas de celulose do mundo.

De acordo com a assessoria de imprensa do município, nos últimos dois anos, Ribas gerou 6.185 novos empregos, abriu 1,4 mil empresas e ganhou 9,5 mil habitantes.

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) aponta que antes da chegada da fábrica, em 2020, o município tinha 25.310 habitantes, e, atualmente, em 2023, tem 34.810 moradores.

Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged) indicam que em 2020, o número de pessoas com carteira assinada na cidade era de 4.968 e, em 2022, saltou para 11.153 empregados. O crescimento é de 124,49% em dois anos.

Entre 2020 e 2022, a quantidade de empresas abertas em Ribas do Rio Pardo dobrou. O município contava com 1,4 mil empresas e o número chegou a aproximadamente 2,8 mil em 2022.

Conforme apurado pela reportagem, Ribas gerou 2.948 empregos no primeiro trimestre deste ano, garantindo a primeira posição no Estado.

O número de trabalhadores na construção da fábrica atingiu o ápice em abril deste ano, chegando a 10 mil trabalhadores.

Em entrevista exclusiva ao Correio do Estado, o prefeito de Ribas do Rio Pardo, João Alberto Danieze, afirmou que, atualmente, o município gera mais empregos do que Dourados, Três Lagoas e Corumbá juntas, no primeiro trimestre deste ano.

“Nós estamos no auge da construção, fora os empregos indiretos que isso gera na cidade. Então, você tem uma série de outras atividades econômicas chegando que nós não tínhamos. Então isso mostra que a cidade também vive um novo momento em decorrência deste investimento da Suzano”, disse o prefeito.

MORADIA

Com milhares de pessoas chegando em apenas dois anos, Ribas do Rio Pardo enfrenta um sério problema de falta de moradias. São muitas pessoas para poucas casas.

Segundo a assessoria de imprensa da prefeitura, existem 8,4 mil residências no município. Mas, de acordo com o prefeito, a cidade precisa, atualmente, de três a seis mil casas para suprir a demanda de novos habitantes.

Novos moradores não acham casa para morar e, os que acham, tem de arcar com um aluguel de R$ 3 mil em uma residência simples de dois quartos, sala, banheiro, cozinha, garagem e quintal.

“Hoje, por exemplo, um policial recém empossado no cargo, não tem condições de ir para Ribas, porque o salário deles, mais da metade fica no aluguel. Aquele trabalhador que ganha um salário [mínimo] e paga um aluguel de R$600/700, hoje paga R$ 3 mil e isso fez com que ele deixe a casa e passasse a morar em áreas públicas”, exemplificou o prefeito.

A situação é tão crítica que pessoas de baixa renda tiveram de abandonar as casas de aluguel e morar em barracos de lona.

Segundo a assessoria, para atender a demanda crescente por moradias, cinco prédios estão sendo construídos. Além disso, por mês, 100 novas residências são edificadas pela iniciativa privada.

O prefeito João Alfredo Danieze foi até Brasília cobrar o governo federal e buscar soluções para a especulação imobiliária no município. E, de acordo com ele, a solicitação deve ser atendida em breve.

“Fomos recebidos pelo ministro das Cidades e pelo secretário Nacional de Habilitação, demonstrando a necessidade que nós temos de termos o novo Minha Casa Minha Vida”, afirmou.

“Eu tenho informações de que Ribas vai receber uma atenção especial diante dessa grande demanda e dessa necessidade de ter mais habitações, tanto do poder estadual, quanto do poder federal”, declarou.

Segundo o chefe do executivo municipal, o governo Bolsonaro não destinou recursos ao logo dos quatro últimos anos de gestão.

“Esses últimos quatro anos do então presidente anterior, Ribas não recebeu um metro quadrado de investimento social, em absolutamente nada, e não recebeu nenhuma casa”, pontuou.

CRESCIMENTO

O fluxo de pessoas no município tem se tornado intenso e, atualmente, Ribas é o município que mais cresce em Mato Grosso do Sul.

A chegada da indústria de celulose transformou a cidade rapidamente, de um ano para o outro.

Antes da chegada da fábrica, em 2020, o município tinha 25.310 habitantes, e, atualmente, em 2023, tem 34.810 moradores.

O número de alunos nas escolas também aumentou. Ribas tem duas escolas estaduais (uma em fase de expansão), 10 escolas municipais e uma particular. Existem 4,1 mil alunos na rede municipal e 1.540 alunos na rede estadual.

Existem 8 supermercados na cidade, sendo 3 de grande porte e 5 de médio porte. Também há dois supermercados em construção.

Além disso, há cinco agências bancárias no município, do Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Bradesco, Sicredi e Sicoob.

SUZANO

A Suzano Papel e Celulose está localizada na zona rural de Ribas do Rio Pardo e é uma das maiores fábricas de celulose do mundo.

Começou a ser construída em 2021 e ficará pronta no segundo semestre de 2024. Atualmente, existem 10 mil pessoas trabalhando na construção do local.

Mas, quando a fábrica estiver concluída, empregará cerca de 3 mil pessoas, entre colaboradores e terceirizados.

O investimento total da obra é de R$ 19,3 bilhões. Desse valor, R$ 14,7 bilhões serão destinados à construção de uma fábrica de celulose e outros R$ 4,6 bilhões em atividades de silvicultura, com o aumento da área plantada de eucalipto.

NAIARA CAMARGO

Ribas do Rio Pardo tem quase 35 mil habitantes, aponta IBGE – Divulgação/Prefeitura de Ribas

correiodoestado

Notícias relacionadas

Embratur, Sebrae e Fundtur MS levam jornalistas do Reino Unido e da Irlanda ao Pantanal

Três Lagoas está em 1º lugar entre as maiores cidades de MS no Índice de Desenvolvimento Sustentável

Aparecida do Taboado avança com pavimentação asfáltica no Bairro Chácara Boa Vista