O governo do Estado participa hoje de uma reunião na B3, a bolsa de valores brasileira, em São Paulo, com investidores interessados em participar do leilão para licitação do pacotes de rodovias que formam a rota da celulose de Mato Grosso do Sul. Segundo o governador Eduardo Riedel (PSDB), mais de 20 empresas demonstraram interesse.
O pacotão de rodovias é formado por trechos da BR-262 e BR-267, além da MS-040, MS-338 e MS-395 e tem previsão de investimento de R$ 8,8 bilhões em 30 anos de concessão. Ao todo são 870,4 quilômetros.
“Estou indo a São Paulo amanhã [terça-feira] falar com mais de 20 investidores sobre o projeto. Tem uma inscrição aberta lá na B3, e todos aqueles que se inscreveram, são mais de 20 agentes, eles vão participar da reunião”, afirmou o governador, durante evento ontem, em Campo Grande.
Riedel destacou que o evento para apresentar o projeto aos interessados ocorrerá hoje e amanhã, já que os investidores que tiverem alguma dúvida poderão marcar uma conversa com uma equipe técnico do governo do Estado para responder as perguntas. O governador, porém, participará apenas deste primeiro dia de apresentação do projeto.
A reunião é apenas um dos passos que o governo do Estado dará para a realização do leião das rodovias, previsto para acontecer em dezembro deste ano.
“Nos próximos 60 dias, tanto a equipe técnica do projeto, quanto o mercado, vão tirar todas as dúvidas sobre o projeto e aí depois segue um rito para a gente ir a leilão”, contou o governador.
Na semana passada o Escritório de Parcerias Estratégicas de Mato Grosso do Sul (EPE-MS) realizou uma audiência pública sobre a concessão das rodovias da rota da celulose, chamada assim porque as rodovias estão localizadas entre Campo Grande e Três Lagoas, passando por Ribas do Rio Pardo, Água Clara e Santa Rita do Pardo, onde grandes empresas do setor se instalaram.
O trecho também concede quase todos os caminhos de Mato Grosso do Sul para o estado de São Paulo.
Para o governador, as contribuições para o projeto obtidas através da audiência foram proveitosas e, a partir de agora “todas essas contribuições vão ser avaliadas pela equipe técnica que desenvolveu o projeto, junto da nossa equipe”.
Conforme o EPE, a outorga mínima no leilão é de R$ 95 milhões e a previsão de investimento nas rodovias é de R$ 8,8 bilhões em capital privado pelo período de 30 anos.
PROJETO
A concessão das rodovias é um projeto que tem sido discutido desde o ano passado pelo governo do Estado. O primeiro passou foi fazer um estudo de viabilidade técnica para o trecho.
No caso das rodovias federais, as BRs 262 e 267, ainda há a necessidade de que os trechos de interesse sejam delegados para Mato Grosso do Sul. Segundo Riedel, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já teria autorizado que isso seja feito.
No caso da BR-262, o trecho pleiteado vai de Campo Grande à Três Lagoas, já a 267 começa em Nova Alvorada do Sul e vai até Bataguassu.
ESTUDO
O estudo de viabilidade técnica para concessão das rodovias da região Leste de Mato Grosso do Sul, concluído no mês passado, apontou que o pedágio nos 870,4 quilômetros a serem leiloados deve variar de R$ 4,70 a R$ 15,20, podendo ficar até 20% mais barato.
Conforme matéria do Correio do Estado, dos quase 900km de rodovias a serem concedidas neste pacotão, apenas 116 km serão duplicadas, além disso, 457 km terão acostamentos, 251 km serão de terceiras faixas, 12 km de via marginal e 82 de dispositivos em nível.
A duplicação está quase que totalmente entre Campo Grande e Ribas do Rio Pardo, já que a distância entre os municípios é de 97 km e, segundo o estudo, todo esse trecho deverá ter pista dupla.
O outro trecho a ter duplicação estão na BR-267, mais especificamente na divisa entre Bataguassu e São Paulo.
E são essas praças que devem ter os valores mais altos de pedágio, segundo o documento. Em Ribas do Rio Pardo, onde a duplicação termina exatamente na fábrica da multinacional Suzano, o valor deve ser de R$ 15,20.
O segundo maior valor está em Nova Alvorada do Sul, onde a tarifa pode ser de R$ 15,10. A praça de pedágio mais barata da concessão será a de Bataguassu, na BR-267, que custará R$ 4,70.
Se o motorista passar por todo o caminho privatizado na BR-262 ele pagará R$ 53,00 em pedágio, passando pelas quatro praças que serão implantadas na rodovia, a mais caro da concessão.
Já quem fizer o trajeto pela BR-267, deverá gastar R$ 40,20.Pelas estradas estaduais, a MS-040, MS-338 e MS-395, o motorista deverá desembolsar R$ 47,30.
O valor do pedágio, porém, pode mudar, isso porque a concessão será feita por leilão e a empresa que oferecer a maior outorga e um menor valor de pedágio, com redução máxima de 20% no valor previsto, deverá ser a vencedora.
Saiba
Pedágio deve começar a ser cobrado em 2026
Reportagem do Correio do Estado publicada em agosto mostrou que as 12 praças de pedágio que serão implantadas nas rodovias BR-262, BR-267, MS-040, MS-338 e MS-395 em Mato Grosso do Sul devem começar a cobrar pedágio a partir de 2026. O contrato com a empresa vencedora tem previsão para ser assinado no ano que vem e ela poderá iniciar a cobrança a partir do 13º mês a partir da assinatura do documento.
Rodovia federal deverá ser delegada pela União para o Estado antes do leilão que concederá trecho ser realizado na Bolsa de Valores – Paulo Ribas
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