O São Paulo eliminou o Palmeiras do mata-mata da Copa do Brasil pelo segundo ano seguido e se classificou às semifinais da competição na qual busca o título inédito. Algo incomum nos últimos anos, o time tricolor jogou à vontade no Allianz Parque nesta quinta-feira, dominou o rival em boa parte do jogo e ganhou com autoridade, de virada, por 2 a 1.
A classificação foi assegurada com bom futebol e placar agregado de 3 a 1, uma vez que a equipe de Dorival Júnior ganhou também o duelo de ida, por 1 a 0. O Palmeiras se despede do torneio com o alerta aceso de que não joga, há algum tempo, o futebol que lhe garantiu títulos importantes nos últimos anos.
Aparentemente desgastado, desconcentrado, previsível e exibindo clara pobreza técnica, a equipe de Abel Ferreira não mais consegue dominar os rivais em sua casa. Seus principais craques, como Raphael Veiga e Dudu, já não produzem mais bom futebol, o banco não substitui os titulares à altura e alguns jovens não parecem prontos.
A eliminação no que se desenha ser o pior momento da equipe sob o comando de Abel Ferreira motivou protestos da torcida palmeirense, que gritou músicas de cobrança para a presidente Leila Pereira. “Ô, Leila, incompetente, pegou o Palmeiras pra brincar de presidente”, gritaram membros da Mancha Alvi Verde, que também chamaram o time de “sem vergonha”.
O São Paulo pode enfrentar um arquirrival na semifinal da competição, já que o Corinthians está do mesmo lado da chave. O time alvinegro encara o América-MG no próximo sábado, em casa, com a obrigação de vencer o rival mineiro por dois gols para se classificar.
Os 40 mil palmeirenses homenagearam Gabriela Anelli, torcedora morta por estilhaços de uma garrafa de vidro, e empurraram o time. O Palmeiras, que negou ingresso para o avô de Gabriela assistir à partida, não mostrou a mesma intensidade de seus melhores momentos sob Abel Ferreira.
Não fez uma pressão alucinante como se acostumou muitas vezes a fazer em jogos decisivos em sua casa, mas teve volume de jogo e paciência para buscar espaços na defesa são-paulino até encontrar seu gol em um lance fortuito. Piquerez não chutou nem cruzou, mas foi às redes com “chutamento” que o goleiro Rafael, talvez desconcentrado no momento em que a bola veio, aceitou.
Foi desfeita a vantagem são-paulina aos 33 minutos, período da partida em que o time tricolor era melhor e ameaçava nos contra-ataques e o Palmeiras parecia que não tinha forças para reagir. Se Rafael falhou, Weverton foi seguro do outro lado e salvou os anfitriões nas chegadas de Wellington Rato e Caio Paulista.
Muitas vezes goleado no Allianz Parque, o São Paulo jogou sem medo e à vontade na casa do Palmeiras, que deu sinais de não ter mais a mesma gana de ganhar jogos e títulos. Mesmo atrás no placar, os visitantes trocaram passes, envolveram a insegura defesa palmeirense e empataram o jogo no início do segundo tempo, aproveitando falha de Mayke, que afastou mal a bola. Luciano encontrou Caio Paulista, que tirou de Luan e mandou pras redes.
Um time que antes mostrava extenso repertório ofensivo, o Palmeiras exibiu evidente pobreza tática e técnica no Choque-Rei, errando passes fáceis e preso na marcação do São Paulo, que jogou com incomum tranquilidade na casa do rival, tanto que chegou ao segundo gol, com Calleri, mas Daronco, após longos minutos, confirmou a anulação do lance ao revê-lo no monitor do VAR.
Desorganizado e sem forças, o Palmeiras tentou levar o jogo para os pênaltis. Não só não foi mais as redes como levou o segundo do São Paulo no final. David, sozinho, ficou frente a frente com Weverton e não perdoou. Matou o jogo e garantiu o time tricolor na semifinal.
Agência Estado