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Soja teve um novo dia de queda em Chicago nesta quinta-feira, assim como o óleo e o farelo

por Tribuna

O mercado da soja está passando por um momento de ajustes e correções, diante de fatores internos e externos que influenciam as cotações. Neste artigo, vamos analisar alguns desses fatores e suas possíveis implicações para os produtores e consumidores da oleaginosa.

Um dos fatores que vem pesando sobre os preços da soja na Bolsa de Chicago é a nova rodada do dólar soja na Argentina, que consiste em uma desvalorização da moeda local frente ao dólar americano, que beneficia os exportadores argentinos e aumenta a oferta global de soja e derivados. A Argentina é o terceiro maior produtor e o maior exportador de farelo e óleo de soja do mundo, e sua competitividade no mercado internacional afeta diretamente os preços dos produtos derivados da soja.

Outro fator que vem pressionando as cotações da soja é o clima favorável ao plantio nos Estados Unidos, que indica uma boa perspectiva para a safra 2023/24 no maior produtor mundial da oleaginosa. Segundo o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), até o dia 2 de abril, 2% da área de soja estava plantada no país, em linha com a média dos últimos cinco anos. As condições climáticas devem seguir favoráveis nas próximas semanas, o que pode acelerar o ritmo do plantio e garantir uma boa janela para o desenvolvimento das lavouras.

Esses fatores se somam aos cenários já conhecidos pelo mercado, como a grande safra do Brasil e a quebra na Argentina, que devem resultar em uma oferta recorde de soja no mundo na temporada 2022/23. Segundo o USDA, a produção mundial de soja deve atingir 383,6 milhões de toneladas, com o Brasil respondendo por 137 milhões e a Argentina por 47 milhões. A demanda mundial deve crescer 4%, puxada principalmente pela China, que deve importar 103 milhões de toneladas de soja.

No entanto, a demanda chinesa ainda está bastante contida, diante das medidas sanitárias adotadas pelo país para conter a disseminação da peste suína africana (PSA), que reduziu o rebanho suíno e a demanda por farelo de soja. Além disso, a China vem diversificando suas fontes de suprimento de soja, buscando outros países como o Canadá e a Rússia, além de aumentar sua produção doméstica.

Por fim, o mercado da soja também está atento ao cenário financeiro global, que ainda apresenta sinais preocupantes. A inflação nos Estados Unidos vem acelerando e pode levar o Federal Reserve (banco central americano) a elevar as taxas de juros antes do previsto, o que pode fortalecer o dólar e reduzir a liquidez nos mercados emergentes. Além disso, as tensões geopolíticas entre os Estados Unidos e a China podem afetar o comércio internacional e a confiança dos investidores.

Diante desse quadro complexo e incerto, os produtores e consumidores de soja devem ficar atentos às oscilações do mercado e às oportunidades de negociação. A volatilidade deve continuar alta nos próximos meses, com os preços sendo influenciados por fatores climáticos, cambiais, políticos e econômicos. A recomendação é buscar informações confiáveis e atualizadas sobre o mercado da soja e contar com o apoio de profissionais especializados para tomar as melhores decisões.

 

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