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SP tem 3ª morte suspeita por febre maculosa após feijoada em fazenda

por Nathally Martins da Silva Bulhões

O Instituto Adolfo Lutz investiga um terceiro caso de morte por conta da febre maculosa na região de Campinas. Na segunda (12), o Instituto confirmou que a dentista Mariana Giordano, de 36 anos, morreu em decorrência da doença.

 

A amostra do namorado dela, o piloto Douglas Costa, de 42, ainda é analisada. Eles tinham visitado duas áreas rurais de Campinas, no interior do estado, além de Monte Verde, em Minas Gerais.

Os dois passaram a ter sintomas de febre, manchas avermelhadas pelo corpo e dores no dia 3 de junho e faleceram cinco dias depois.

 

O piloto de Jundiaí (SP), Douglas Costa, e a namorada, Mariana Giordano, morreram após terem sintomas de febre e dor  — Foto: Reprodução/Instagram
O piloto de Jundiaí (SP), Douglas Costa, e a namorada, Mariana Giordano, morreram após terem sintomas de febre e dor — Foto: Reprodução/Instagram

Segundo a Prefeitura de Campinas, a terceira vítima é uma mulher de 28 anos, que participou de um evento no dia 27 de maio, na Fazenda Margarida, realizado na região rural da cidade. O local é o mesmo onde o casal esteve.

“Além dessa mulher e desse homem, há mais uma mulher de 28 anos que também frequentou esse evento no dia 27 de maio, que foi uma feijoada nessa fazenda. Começaram a ter sintomas compatíveis com febre maculosa dia 3 de junho e os três evoluíram a óbito no dia 8 de junho”, disse Andrea Von Zuben, diretora da Vigilância em Saúde de Campinas.

 

“Como a gente já tem uma confirmada, tudo leva a crer que os outros dois devem ter como causa morte a febre maculosa brasileira. Então, a gente tem três suspeitos, sendo que uma já foi confirmada. E todos com a frequência no mesmo lugar”, completou Andrea.

De acordo com a Secretaria estadual da Saúde, a previsão é que as amostras da mulher, residente no município de Hortolândia, cheguem nesta terça-feira (13) ao Instituto para o início dos testes.

Local deve ser multado

 

Ainda de acordo com a Prefeitura de Campinas, o local onde as três contaminações devem ter acontecido será autuado.

“A gente vai dar um auto de infração porque os organizadores dos eventos tem colocar placas nos lugares da fazenda. Quando eles venderem ingressos para eventos, eles precisam colocar o alerta que tem esse risco. Se a pessoa tiver febre nos próximos 15 dias elas tem que contar para o médico”.

g1 entrou em contato com a Fazenda Margarida, que disse que irá se manifestar até o final desta terça (13).

 

Fazenda Margarida, local de eventos onde casal provavelmente foi contaminado por febre maculosa  — Foto: Reprodução
Fazenda Margarida, local de eventos onde casal provavelmente foi contaminado por febre maculosa — Foto: Reprodução

Febre maculosa

 

A febre maculosa é uma doença infecciosa causada por uma bactéria transmitida através da picada de uma das espécies de carrapato, ou seja, ela não é transmitida diretamente de pessoa para pessoa pelo contato e seus sintomas podem ser facilmente confundidos com outras doenças que causam febre alta. Há no estado duas espécies da bactéria causadora da doença.

Ainda de acordo com a secretaria, na região metropolitana da capital paulista, há pouquíssimos registros dada a urbanização da área.

No interior do estado, a doença passou a ser detectada a partir da década de 1980, nas regiões de Campinas, Piracicaba, Assis, em áreas mais periféricas da região metropolitana de São Paulo e no litoral, mas em uma versão mais branda. Os municípios de Campinas e Piracicaba são, hoje, os dois que apresentam o maior número de casos registrados da doença.

Em 2023, foram registrados 9 casos de febre maculosa e 3 óbitos. Ambas as versões são potencialmente letais e demandam atendimento rápido para o recebimento de antibiótico específico.

A Secretaria de Estado da Saúde reforça que as pessoas que moram ou se deslocam para áreas de transmissão estejam atentas ao menor sinal de febre e que procurem um serviço médico informando que estiveram nessas regiões para fazer um tratamento precoce e evitar o agravamento da doença.

Morte precoce

 

 

No dia 27 de maio, o casal almoçou em uma fazenda em Campinas. Nos dias 3 e 4 de junho, foram para Monte Verde, no Sul de Minas Gerais.

Os sintomas começaram a aparecer no dia 3 de junho. Eles relataram febre, dor e manchas vermelhas na pele. Os dois morreram 5 dias depois, na quinta-feira, 8 de junho. Douglas morreu por volta das 12h, e Mariana às 16h.

Casos no estado de SP

 

 

De acordo com o governo de São Paulo:

  • Entre 1º de janeiro e 12 de junho deste ano, houve redução de mais de 24% nas mortes por dengue no estado (foram 200 mortes em 2023);
  • Até 29 de maio, foram 280 casos e 39 mortes provocadas por leptospirose;
  • Além disso, foram dois casos e duas mortes provocadas por febre maculosa (em 2022, foram 62 casos e 47 mortes).

 

Casos no país

 

 

Em nota, o Ministério da Saúde disse que mantém contato com o Centro de Vigilância Epidemiológica do estado de São Paulo e com o Centro Informações Estratégicas De Vigilância Em Saúde (CIEVS-Nacional) para acompanhar as investigações do caso.

A pasta ainda afirma que realiza a distribuição de antimicrobiano para o tratamento da febre maculosa aos estados e vem promovendo ações de capacitações direcionadas às vigilâncias estaduais e municipais, assim como vem realizando a divulgação de diretrizes técnicas com orientações de manejo clínico e ambiental.

Mortes por conta da doença no país:

  • 2020: 191 casos
  • 2021: 231 casos
  • 2022: 190 casos
  • 2023: 48 casos

 

 

Por g1 SP

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