A Suzano, uma das principais empresas de celulose do mundo, consolidou sua liderança no mercado brasileiro com um valor de mercado superior a US$ 12 bilhões. A companhia, que produz anualmente 13,4 milhões de toneladas de celulose, se destaca como a principal fornecedora desse produto para a China. Em contraste, a Arauco, sua concorrente chilena, alcançou uma produção de 4,3 milhões de toneladas no mesmo período.
Recentemente, a Arauco anunciou um investimento de US$ 4,6 bilhões para a construção de uma nova fábrica no Projeto Sucuriú, localizado em Mato Grosso do Sul. Essa iniciativa ressalta o potencial do Brasil, que responde por 47% da produção global de madeira de lei, superando países como Chile e Uruguai, que contribuem com 13%.
Apesar do investimento substancial da Arauco, a diferença na produção entre as duas empresas permanece significativa. A Suzano é reconhecida como a maior produtora mundial de celulose kraft branqueada de eucalipto, com a China sendo seu principal mercado.
No primeiro semestre de 2023, o Brasil exportou 5,1 milhões de toneladas de celulose para a China, evidenciando a força do setor. A Suzano mantém 1,5 milhão de hectares de florestas plantadas e operacionais, com oito fábricas dedicadas ao processamento da celulose. Além disso, a empresa também produz 1,3 milhão de toneladas de papel anualmente e possui quase 40% de participação no mercado local.
O setor florestal brasileiro está em expansão, com investimentos superiores a US$ 19 bilhões previstos até 2028, de acordo com a Indústria Brasileira de Árvores (Ibá). “São investimentos feitos em regiões, via de regra, com pouco dinamismo econômico”, explicou o presidente executivo da organização, Paulo Hartung, que atribuiu isso ao fato de que as florestas cultivadas só foram implementadas há poucos anos em substituição a áreas degradadas.
PROJETOS SIGNIFICATIVOS
Outras iniciativas significativas incluem um investimento de US$ 4,5 bilhões da CMPC para a construção de uma nova fábrica em Barra do Ribeiro (RS), e a expansão da Eldorado em Três Lagoas (MS), que demandará investimentos semelhantes.
Além das duas gigantes, outras empresas como a finlandesa UPM-Kymmene Corporation, a Domtar e a Bracell também atuam no mercado de celulose na América do Sul. A UPM contribui com quase 5 milhões de toneladas, enquanto a Domtar e a Bracell têm produções significativas em aliança com outros parceiros.
ATRAÇÃO DE INVESTIMENTOS
Enquanto o Brasil se destaca como um polo atrativo para investimentos na indústria de celulose, países como Chile e Uruguai também estão ganhando atenção de investidores europeus, especialmente de empresas finlandesas.
No Uruguai, a produção florestal representa cerca de 4% do PIB, enquanto no Chile, o setor contribui com mais de 3% do PIB, com a CMPC e a Arauco liderando as operações locais.