Suzano planeja novo ciclo de crescimento

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Nesta semana, a Suzano iniciou as operações da maior linha única de produção de celulose do mundo, instalada no município de Ribas do Rio Pardo, em Mato Grosso do Sul, o Projeto Cerrado. Agora, a companhia poderá acelerar seus novos planos de crescimento e internacionalização.

Com o início das operações da nova unidade, a Suzano ganha fôlego financeiro adicional em um momento de intensa atividade de fusões e aquisições (M&AS) no setor. “A Suzano mantém o compromisso de reinvestir 90% da geração de caixa”, disse o ex-presidente da companhia e agora conselheiro, Walter Schalka. “Não há limitação de geografia ou se o crescimento vai ser orgânico ou inorgânico. O critério é criar valor para os acionistas ao longo do tempo”, acrescentou.

Segundo o executivo, essa perspectiva de geração de caixa permite que a Suzano siga em busca de novas alternativas de investimento. Além disso, com uma maior penetração da celulose de fibra curta no mercado global e a capacidade da companhia de melhorar suas características, favorece a sua entrada em outros setores.

Recentemente, quando o Projeto Cerrado ainda estava na fase final dos investimentos de R$ 22,2 bilhões, a Suzano desistiu de adquirir os ativos da International Paper por US$ 15 bilhões. “Decidimos interromper quando chegamos ao patamar de preço que considerávamos adequado”, diz Schalka.

Apostando no mercado têxtil global, a Suzano adquiriu 15% da austríaca Lenzing por cerca de R$ 1,3 bilhão e entrou no mercado de embalagens com a compra de duas fábricas da Pactiv Evergreen, por cerca de R$ 600 milhões.

No mercado, ainda há possibilidades de novas M&As e de novas rodadas de crescimento orgânico, também em celulose. O novo empreendimento da Suzano já está preparado para receber uma segunda linha no futuro e a companhia segue plantando cerca de 300 mil hectares de eucalipto por ano.

Com o Projeto Cerrado em operação, a capacidade instalada de produção de celulose da Suzano salta de 10,9 milhões para 13,5 milhões de toneladas anuais, o que representa um aumento de mais de 20% na produção atual da companhia. A companhia também tem capacidade para produzir 1,5 milhão de toneladas anuais de papéis, incluindo as linhas de papéis sanitários, de imprimir e escrever e de embalagens, entre outros itens que utilizam a celulose como matéria-prima. Com os números, a Suzano se consolida como a maior do mundo em seu segmento, com uma fatia de 32% do mercado global de fibra curta.

“A decisão de crescimento orgânico se dá com base no crescimento do mercado”, explicou Aires Galhardo, vice-presidente de Operações de Celulose, Engenharia e Energia da Suzano.

Segundo Galhardo, o Projeto Cerrado, que levou 30 meses para ser concluído, está dentro do orçamento e enfrentou desafios relacionados, sobretudo, à falta de mão de obra especializada. Garantir o suprimento adequado de madeira, dada a escala da nova fábrica, além de questões relacionadas à infraestrutura, que dependiam do poder público também foram pontos de atenção.

A nova fábrica de celulose recém iniciada, está inserida no maior ciclo de investimentos da história da Suzano e deve proporcionar ganho de competitividade estrutural à empresa, traduzindo-se em rentabilidade. De acordo com Galhardo, um dos principais diferenciais é a distância média de 65 quilômetros entre a unidade e as florestas de eucalipto, garantindo o menor custo caixa de produção do mundo.

Além disso, uma maior eficiência energética também contribuirá para o custo caixa competitivo. Autossuficiente em energia de fonte renovável, o Projeto Cerrado vai gerar um excedente de cerca de 180 megawatts (MW) médios, que serão vendidos aos fornecedores ali instalados e exportados para o Sistema Interligado Nacional (SIN). “Identificamos o que era estado da arte e trouxemos o melhor para Cerrado”, complementou o Galhardo.

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