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Suzano se une a conglomerado japonês para desenvolvimento de bioprodutos

Com um prazo de três anos, a parceria tem expectativa de que os estudos comecem a produzir os primeiros resultados de 12 a 18 meses

por Nathally Martins da Silva Bulhões

Nesta semana, a Suzano assinou um acordo para avançar na colaboração em pesquisa e desenvolvimento de bioprodutos, com foco no uso de biomassa de origem florestal oriunda do processo de produção da celulose. A companhia se uniu ao conglomerado japonês Mitsui, acompanhando a demanda global nas frentes de descarbonização e sustentabilidade, além de diversificar suas linhas de negócios.

A parceria compreende os ativos biológicos da companhia brasileira, compostos por mais de 1,6 milhão de hectares de plantações de árvores de eucalipto, sua capacidade de criação de projetos em escala e as pesquisas que desenvolveu na área.

A Mitsui, por sua vez, atuará com seus conhecimentos nas áreas de química, energia e materiais, bem como suas conexões com o mercado – com o relacionamento com empresas que podem se interessar por biomateriais. Além disso, não está previsto nenhum compromisso financeiro de ambas as partes no acordo.

“Uma das alavancas estratégicas da companhia é conseguir desenvolver mercados para a nossa biomassa, reforçando a posição da empresa na descarbonização e no desenvolvimento de aplicações sustentáveis em uma série de mercados”, afirmou Christian Orglmeister, diretor executivo de novos Negócios, Estratégia, TI e Digital da Suzano, em entrevista ao NeoFeed.

FRENTES DE PESQUISA

A Suzano já possui pesquisas voltadas para o desenvolvimento de bioprodutos, como os resultados obtidos com o uso da lignina – um polímero natural que ajuda a sustentar as plantas e representa de 25% a 30% da composição dos eucaliptos – extraída durante o processo de fabricação da celulose. Em maio de 2023, a empresa firmou uma parceria com a Greenway, uma das maiores distribuidoras de produtos químicos do Brasil, para a comercialização de lignina no país.

“Queremos aprofundar como utilizar a lignina para fazer produtos e ter uma série de aplicações de maior valor agregado, uma vez que ela pode substituir o plástico, em sua grande maioria, por exemplo”, comentou Orglmeister.

Além disso, a parceria entre a Suzano e a Mitsui pretende trabalhar na frente de biocombustíveis, a partir do desenvolvimento de bioetanol, obtido por meio da fermentação controlada e da destilação de resíduos vegetais da produção da companhia brasileira.

DETALHES DO ACORDO

Com um prazo de três anos, a parceria tem expectativa de que os estudos comecem a produzir os primeiros resultados de 12 a 18 meses e, ao comprovar a viabilidade dos produtos desenvolvidos e o interesse do mercado por eles, as empresas seguem para uma segunda fase.

Nesta próxima etapa, Suzano e Mitsui devem estabelecer joint ventures específicas para cada solução desenvolvida, com a estruturação da parte produtiva necessária e possivelmente localizadas no Brasil – para ficar próxima dos ativos florestais da companhia brasileira.

“Existe um compromisso de intenção de fazer isso, mas por enquanto não tem um acordo de investimentos produtivos”, disse Orglmeister, destacando que outras companhias poderão participar das JVs, além da Suzano e da Mitsui.

Um dos maiores conglomerados do Japão e com um valor de mercado de US$ 61,2 bilhões (R$ 297 bilhões), a Mitsui tem operações em 62 países e atuação em sete segmentos econômicos, entre eles, mineração e transportes. Já a Suzano está avaliada em R$ 69,2 bilhões e uma capacidade instalada para produzir quase 11 milhões de toneladas de celulose.

 

Portal Celulose

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