Celebração quase milenar na história da humanidade, desde que uma hóstia derramou sangue, em 1264, o Corpus Christi foi tomando forma e há quarenta anos enfeita as ruas de Campo Grande com cores que representam a fé de um povo, com direito à missa em praça pública e show de encerramento.
Como bem explica o Padre Lineker, da paróquia Santo Afonso, essa trata-se de uma tradição católica que já tem mais de 800 anos, iniciada por volta de 1.124, na Bélgica, até o momento da história que o papa Urbano IV pediu uma procissão, depois de um padre relatar que presenciou uma hóstia derramar sangue durante celebração de uma mista.
“Diante de um milagre com a eucaristia, pediu que se providenciasse uma procissão da paróquia até a basílica São Pedro e ali, então fizeram a primeira procissão, e as pessoas começaram a decorar as ruas para que Jesus pudesse passar”, revela.
Já tem quase quatro décadas que essa celebração acontece na Capital, sendo incluída, segundo o padre, no calendário municipal como um dos patrimônios culturais de Campo Grande.
“Porque mais do que expressão de fé, é também cultura e arte. As comunidades se preparam, e cada ano a gente vem vendo uma coisa mais bonita que a outra. Não tem como passar um ano sem o Corpus Christi no centro da cidade”, pontua.
Vale lembrar que, a Santa Missa Campal acontece das 15h às 16h, na concha acústica da Praça do Rádio, com a procissão marcada para 17h e o show com Missionário Shalom às 18h.
Povo de fé
Fiéis há mais de quatro décadas, entre os que trabalham na confecção dos tapetes, alguns já inclusive casaram pela paróquia São João Bosco, com filhos e netos que hoje também são trazidos para a construção dos desenhos.
Nesse dia, todos destacam a importância da unidade, em estar junto também da paróquia, pois a data traz um grande significado para toda a religião católica.
Gina Jornada, de 59 anos, é uma dessas mãos que contribuem e conta que cada desenho aborda o que está acontecendo durante o ano na comunidade.
“Primeiro é que é o ano vocacional. Um pedido da Diocese também, que esse tema do ano (como é a vocação) seja incluído no tapete. Os outros são o que a comunidade redentorista está vivenciando no ano: eucaristia e, por fim, o ícone de Nossa Senhora, pois estamos entrando em festa e finaliza com o chamado para o pessoal participar da festividade”, expõe.
Há 18 anos na mesma paróquia, Isnaete Vieira, 50 anos, é outra que participa da festa e, atualmente, está na pasta do pós-encontro do Segue-me, descrito pelos fiéis como o encontro de jovens com o Cristo.
Para ela, a ideia é justamente trazer os jovens para esse meio, dizendo que a maioria da paróquia são os jovens, que participam hoje dessa confecção.
Isnaete conta que os tapetes surgiram da ideia de separar um dia específico para comemorar o corpo de Cristo. A tradição é levada ano a ano, como uma forma de homenagear Jesus Cristo por meio da eucaristia.
“Esse ano a gente fez o tema da nossa paróquia “um caminho que leva para o céu”. Por meio da eucaristia e o encontro com Jesus, a gente chega até lá, à salvação. Não fizemos nada separado por pastoral, pois queríamos demonstrar a unidade da nossa paróquia”, conclui.
LEO RIBEIRO E VALESCA CONSOLARO
Marcelo Victor/ Correio do Estado